Folha de S. Paulo


Exportação brasileira sofre com o enfraquecimento de países vizinhos

Pedro Ladeira/Folhapress
A presidente Dilma Rousseff recebe o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, no Palácio da Alvorada, em Brasília (DF)
A presidente Dilma Rousseff recebe o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, no Palácio da Alvorada, em Brasília (DF)

O baixo crescimento da América Latina é negativo para a indústria brasileira, que tem na região seu principal consumidor.

Um em cada quatro itens industriais exportados pelo país vai para a América do Sul. No ano passado, segundo estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria), a exportação chegou ao nível mais baixo em sete anos.

Para os industriais brasileiros, mais do que a crise internacional e o efeito China, a perda de mercado é resultado de falhas domésticas.

Principais mercados de produtos industrializados do Brasil - Participação, em %

"Os acordos comerciais que nós tínhamos ficaram parados no tempo, não acompanharam as negociações que os países fizeram com outros parceiros", diz Carlos Eduardo Abijaodi, diretor da CNI.

Segundo ele, além das barreiras tarifárias, o Brasil deve negociar investimentos, serviços e compras governamentais com os vizinhos, para ter acesso aos seus mercados.

"Temos que parar de nos preocuparmos com as importações e focarmos nas exportações. A produção está mais globalizada, se fugirmos disso vamos ficar fora."

Exportações de produtos industriais do Brasil para a América do Sul - Em bilhões, US$

A CNI detectou que a indústria brasileira perdeu vendas principalmente de tratores e pneus no Paraguai, produtos de aço e máquinas agrícolas na Bolívia e autopeças no Uruguai. E sugere que novas frentes possam ser a venda de peças, óleo de soja e automóveis para Chile e Peru.

"Temos que trabalhar para recuperar mercados que foram nossos", diz Abijaodi.


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