Folha de S. Paulo


Azul e Gol esperam plano de aviação regional, enquanto TAM já cria voos

As empresas aéreas ainda creem que o plano de aviação regional vá sair do papel, embora haja quem faça ressalvas à demora na execução.

"A Azul acha que o plano deveria ir mais rápido? A resposta é sim, mas não trabalhamos com a possibilidade de o plano não existir, até porque é lei", diz Antonoaldo Neves, presidente da empresa.

A troca de ministros na Aviação Civil, no Planejamento e na Fazenda após a reeleição de Dilma retardou o plano, assim como a necessidade de ajuste fiscal, avalia.

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A empresa comprou 125 aviões em 2014 e planejava adquirir mais 20, especificamente em razão do avanço no programa federal. Mas, por ora, desistiu —o foco da empresa tem sido a expansão em rotas para o exterior, como os Estados Unidos.

Também interrompeu voos para destinos objeto do programa de aviação regional. "Contávamos que o plano ia ser aberto e regulamentado neste ano", diz Neves.

Entre as cidades estão, por exemplo, Araguaína (TO), São Gabriel da Cachoeira, Eirunepé e Coari (as três no Amazonas), Campina Grande (PB) e Passo Fundo (RS).

A Azul será uma das empresas beneficiadas pelo plano em consequência da proposta do governo de subsidiar algumas rotas, em especial na Amazônia Legal. Os subsídios estão congelados à espera da regulamentação.

POLÍTICA

"Temos motivos para ficar muito felizes com o plano, é uma política pública bem desenhada, com audiências públicas, será bom para o país, mas infelizmente o período de regulamentação coincidiu com um período de crise", afirma o presidente da Azul.

A TAM anunciou no final de 2014 o compromisso de atender de quatro a seis novos destinos regionais a cada ano, seja qual for o andamento do programa de desenvolvimento da aviação regional.

A meta tem sido cumprida, diz a empresa, que menciona operações em Jaguaruna (SC), iniciadas em março, e em Bauru, São José dos Campos (ambas em São Paulo) e Juazeiro do Norte (CE), todas em julho.

Já a Gol diz estar em situação de espera sobre o desenrolar do programa, para então "estudar a possibilidade de operar em outras localidades do interior do país". A empresa atua hoje em 22 aeroportos regionais. Sobre o plano em si, a Gol afirma apoiar "as iniciativas do governo para ampliar o acesso dos brasileiros ao transporte aéreo, assim como faz desde a fundação da companhia". Também considera "positivas as novas diretrizes do texto que regulariza a medida provisória".

Procuradas, a Avianca e a fabricante Embraer não se manifestaram.


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