A câmara baixa do Parlamento alemão aprovou nesta quarta-feira (19) por ampla maioria o terceiro plano de ajuda à Grécia, que deve alcançar ¬ 86 bilhões em três anos.
Dos 585 deputados presentes no Bundestag, 454 votaram a favor, 113 contra e 18 optaram pela abstenção, segundo o resultado oficial.
A aprovação do plano apoiado pela chanceler Angela Merkel não estava em risco, já que a grande coalizão de conservadores e social-democratas dispõe de 504 dos 631 deputados do Bundestag, mas a incógnita era saber o tamanho do grupo de descontentes em sua bancada.
Com o resultado, a chanceler parece ter escapado de um voto contrário dos deputados de seu próprio partido.
Mesmo presente no Bundestag, Merkel deixou nas mãos de seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, a defesa deste novo crédito, que provoca uma oposição crescente entre a população alemã.
Schäuble reconheceu que "não há garantias" de êxito do novo plano, mas disse aos parlamentares que "seria irresponsável não dar uma nova oportunidade à Grécia."
"Se a Grécia assumir suas responsabilidades e se o programa for realizado de maneira completa e decidida, então a economia grega poderá crescer nos próximos anos", afirmou o ministro, que adotou uma linha sumamente dura em relação a Atenas, pouco depois do início da sessão.
O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras disse que tem de "fazer o contrário do que prometeu a seu eleitorado", prosseguiu Schäuble, destacando que as reformas impostas funcionaram na Irlanda, Espanha, Portugal e Chipre.
Em uma votação aberta na terça-feira (18), 54 deputados da coalizão CDU-CSU votaram 'não', contra os 60 que rejeitaram em 17 de julho o início das negociações para o terceiro resgate da Grécia.
A aprovação do plano é necessária para que a Grécia possa pagar na quinta-feira ¬ 3,4 bilhões ao Banco Central Europeu.