Folha de S. Paulo


Levy promete encaminhar em breve reforma do PIS/Cofins

Rahel Patrasso/Xinhua
(150814) -- SAO PAULO, agosto 14, 2015 (Xinhua) -- El ministro de Hacienda de Brasil, Joaquim Levy, participa durante una reunión con líderes empresariales sobre las medidas de ajuste fiscal y las perspectivas económicas del país, en la Cámara Americana de Comercio (Amcham, por sus siglas en inglés), en Sao Paulo, Brasil, el 14 de agosto de 2015. De acuerdo con información de la prensa local, Joaquim Levy dijo el viernes que lo peor de la crisis económica en Brasil se ha superado, pero que deben continuar las medidas de ajuste fiscal. (Xinhua/Rahel Patrasso) (rp) (jg) (fnc)
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deve encaminhar reforma do PIS/Cofins ao Congresso

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o governo deve encaminhar a proposta que trata da reforma do PIS/Cofins ao Congresso Nacional o mais cedo possível e prometeu diálogo em torno do projeto.

"Temos conversado com parlamentares e com o setor produtivo, para que todos tenham pleno entendimento do que essa reforma trata", afirmou Levy, na saída de seminário que aborda o tema, promovido pelo IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), em Brasília.

Levy disse que a reforma trará maior simplificação e segurança jurídica para as empresas e vai ajudar o país na retomada do caminho do crescimento. O ministro ressaltou ainda que o governo não busca apenas melhorar a arrecadação com a medida, embora tenha reconhecido as dificuldades de caixa do governo.

"A medida procura neutralidade. É evidente que é muito importante a gente estar atento para a questão da arrecadação, as despesas do governo são muito grandes, e a gente tem que ter um fiscal equilibrado", disse o ministro.

Durante o seminário, o ministro defendeu que o país está em um momento de escolha de caminho e que o atual modelo momento pede mudanças estruturais que renovem a vitalidade da economia.

"Nosso objetivo é permitir que a economia volte a crescer e dê oportunidade para todos que querem trabalhar, dar segurança às famílias e inclusão social", disse.

Levy definiu o atual modelo de tributação como "arcaico", e disse que a reforma vai aproximar o Brasil dos modelos existentes em outras grandes economias globais. "Do jeito que a gente tá desenhando, o PIS/Cofins vai ser mais um fator para estimular a indústria", afirmou.

Ainda de acordo o ministro, o PIS/Cofins atualmente é uma das principais fontes de contestação na justiça, e a simplificação do modelo vai atrair mais investidores estrangeiros.

O governo está estudando realizar a reforma de maneira gradual e por partes, iniciando as mudanças pelo PIS, ver a reação dos setores da economia e depois começar as alterações no Cofins.

CARGA TRIBUTÁRIA

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, se disse favorável a medidas que possam melhorar a competitividade do Brasil, desde que isso não gere uma maior carga tributária.

"Não podemos permitir que disfarçadamente [a reforma] possa conter o aumento da carga tributária. Já há grupos dizendo que vai haver aumento de 100% da carga tributária. Dificilmente o aumento de carga, em uma situação que temos hoje, terá apoio no Congresso", disse.

Rompido com o governo, Cunha disse ainda que a população não deve ser responsabilizado pelas dificuldades de arrecadação do governo. "Não quero resolver os problemas de caixa gerados pelo processo atual impondo ao contribuinte mais um processo. É importante que se mostre o efeito da neutralidade", destacou.

Em tom mais ameno, o presidente do Senado, Renan Calheiros, disse que a crise econômica atual exige solidariedade, caso contrário será impossível retomar o caminho do crescimento.

Renan também reforçou a importância da segurança jurídica na reforma. e defendeu um período de transição para a reforma "As dificuldades para implementar essas ações podem ser contornadas por meio de regras de transição que proporcionem calibragem das alíquotas em uma só contribuição, evitando aumentar a carga tributária", disse.

"Aprendemos com os erros da reforma de 2003. Uma agenda com medidas responsáveis certamente terá apoio do Congresso", avaliou Renan.


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