Folha de S. Paulo


Premiê grego deve convocar voto de confiança após revolta no partido

O governo grego deve convocar um voto de confiança, após rebelião entre parlamentares do Syriza, partido do governo, sobre o novo acordo de resgate ao país, disseram ministros de alto escalão nesta segunda-feira (17).

O ministro da Energia, Panos Skourletis, descreveu um voto parlamentar desse gênero como "autoevidente" depois da rebelião de sexta-feira (14), quando quase um terço dos representantes do Syriza se abstiveram ou votaram contra o acordo.

Com a ala esquerda do Syriza dando poucos sinais de voltar a se alinhar com o partido, Skourletis também levantou a possibilidade de eleições antecipadas caso o premiê Alexis Tsipras perca o voto de confiança.

Tsipras teve de contar com o apoio da oposição para aprovar o resgate no Parlamento e outro ministro argumentou que eleições seriam uma maneira de conseguir estabilidade política.

As turbulências políticas na Grécia têm alimentado incerteza sobre como o governo vai implementar o acordo de resgate, que exige profundas reformas econômicas e medidas de austeridade rígidas, sem uma maioria viável.

O governo já disse que sua prioridade é assegurar o início do financiamento de seus credores internacionais sob um programa de resgate, o terceiro da Grécia em cinco anos, de forma que Atenas consiga fazer um pagamento da dívida de 3,2 bilhões de euros ao Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira.

Grécia

RESGATE

Na sexta, os ministros da Economia da de zona do euro chegaram a um acordo sobre um terceiro programa de resgate da Grécia, de até 86 bilhões de euros, anunciaram a Comissão Europeia e o Eurogrupo.

Depois de seis horas de negociações em Bruxelas, os ministros disseram em comunicado que "o Eurogrupo considera que os elementos necessários estão agora estabelecidos para lançar os importantes procedimentos nacionais necessários para a aprovação da ajuda financeira do ESM", referindo-se ao Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira.

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, considerou positivo o acordo sobre a ajuda à Grécia, mas reiterou que sua dívida é inviável e que a Europa deve aliviá-la.

Lagarde elogiou "a etapa muito importante" alcançada com o terceiro plano de ajuda à Grécia, mas ressaltou que não basta "viabilizar o seu endividamento".


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