Folha de S. Paulo


Inflação deve atingir pico neste trimestre, diz presidente do BC

Joedson Alves - 16.dez.2014/Folhapress
Brazilian Central bank chief Alexandre Tombini leaves the Economic Affairs Committee of the Senate in Brasilia December 16, 2014. Tombini repeated on Tuesday that the bank's forex intervention program has met its goals and that the current stock of swaps has fulfilled businesses' demand for currency protection. The comments raised doubts about the continuity of the bank's currency intervention into 2015. Tombini clarified, however, that the bank is currently deciding on new terms for the program that will take effect as of next year. His comments were not enough to ease investors' concerns. The real weakened further after he spoke, trading at 2.781 per dollar, nearly 2 percent weaker, as the market expected more details on the program that currently sells $200 million worth of currency swaps per day. REUTERS/Joedson Alves (BRAZIL - Tags: BUSINESS POLITICS HEADSHOT) ORG XMIT: BSB104
O presidente do BC, Alexandre Tombini, em Brasília

A inflação da economia brasileira acumulada em 12 meses deve atingir seu pico neste trimestre, afirmou nesta sexta-feira (14) o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

A inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), atingiu 9,56% nos 12 meses encerrados em julho, o maior pico desde novembro de 2003. A previsão de economistas divulgada pelo boletim Focus do BC é de que a inflação feche o ano em 9,32%.

De acordo com Tombini, o processo de realinhamento de preços no país —representado pelo reajuste dos preços administrados e pela alta do dólar— fará com que o índice acumulado em 12 meses permaneça em níveis elevados até o fim do ano, para depois iniciar a trajetória de queda.

IPCA

"Esses ajustes de preços fazem com que a inflação se eleve no curto prazo e tenda a permanecer elevada em 2015, demandando determinação e perseverança", afirmou em seminário organizado pelo BC em São Paulo.

Por causa disso, afirmou, a autoridade monetária trabalha para que os efeitos decorrentes desses reajustes fiquem restritos a este ano.

"Portanto, a manutenção do atual patamar da taxa básica de juros por períodos suficientemente prolongados é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016", disse.

Tombini ressaltou que as expectativas de inflação para o médio e longo prazo apontam para a convergência para o centro da meta de inflação —de 4,5%— no período de 2017 a 2019.

Para 2016, as previsões para o aumento de preços também apresentaram queda, mesmo após a alta significativa das previsões de inflação para 2015, disse.

O presidente do BC comentou ainda a falta de confiança dos agentes econômicos no país. "Na fase em que estamos atravessando, quando ocorrem simultaneamente contenção da atividade econômica e aumento da inflação, a percepção imediata dos agentes econômicos é bastante afetada", afirmou.

Segundo ele, porém, com o arrefecimento dos preços e a consolidação da estabilidade macroeconômica, a percepção tende a mudar, aumentando a confiança geral.

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