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Levy diz que corte da Moody's indica prioridades para governo

Pedro Ladeira/Folhapress
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, comentou nesta terça-feira (11) o corte da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Moody's.

"Eu acho que a declaração da Moody's explica exatamente os pontos que ela achou relevante, é uma declaração bastante detalhada, transparente, e que eu acho que dá indicação das prioridades que a gente tem que ter em relação a manter a qualidade da nossa dívida pública", disse o ministro.

A agência cortou a nota de crédito do país para Baa3 e alterou a perspectiva de negativa para estável. A nota anterior do país era Baa2.

Com o corte, o país está a um nível de perder o grau de investimento na agência.

A Moody's atribuiu a decisão ao desempenho econômico mais fraco que o esperado, à situação fiscal do país e à falta de consenso político para aprovar as reformas fiscais.

As divergências, segue a agência, vão impedir as autoridades de alcançar um superavit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) que seja suficiente para conter e reverter o endividamento crescente do país neste ano e no próximo e dificultará ainda sua capacidade de fazê-lo depois disso.

Classificação de risco

OUTRAS AGÊNCIAS

No final de julho, a agência de classificação de risco Standard & Poor's anunciou que colocou a nota do Brasil em perspectiva negativa.

Na escala da agência, o Brasil está no limite do grau de investimento, com a nota "BBB-", mas a perspectiva deixou de ser neutra.

Com a decisão, a agência sinaliza que o país poderá passar a ter grau especulativo, o que poderia levar a uma alta dos juros brasileiros. Esse movimento preocupou o governo Dilma também porque traria mais pressão de alta para o dólar.

As previsões da S&P para o Brasil

É na escala da Fitch onde o Brasil mantém posição mais confortável, a dois níveis do grau especulativo. A agência já indicou, contudo, que irá revisar a nota diante da nova meta fiscal anunciada pelo governo.


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