Folha de S. Paulo


Funcionários da GM em São José dos Campos (SP) entram em greve

Lucas Lacaz Ruiz/A13/Folhapress
Funcionários em assembleia unificada votaram greve em São José dos Campos
Funcionários em assembleia unificada votaram greve em São José dos Campos

Cerca de 5.200 funcionários da fábrica da montadora General Motors em São José dos Campos iniciaram greve por tempo indeterminado após demissão anunciada no fim de semana, informou nesta segunda-feira (10) o Sindmetalsjc (Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região).

A greve foi decidida em assembleia nesta segunda-feira. Uma nova assembleia para votar a manutenção da greve está agendada para a manhã de terça (11), entre as 5h30 e 6h00, de acordo com a assessoria de imprensa do sindicato.

O objetivo é obter a reversão de demissões e a abertura de negociações entre sindicato e montadora.

Segundo o Sidmetalsjc, ao menos 200 funcionários que receberam telegramas informando de dispensas no sábado participaram de assembleia no dia seguinte. A estimativa é que o número total de demitidos chegue a 500.

Luiz Carlos Prates, representante do Sindmetalsjc, afirma que a entidade ainda não conseguiu marcar uma reunião com a direção da empresa, e que os grevistas devem se juntar a outros sindicatos parados em manifestações que ocorrerão às 10h e 16h na terça (11), na avenida Paulista.

Consultada, a GM disse lamentar a decisão de convocar greve e reafirmou "sua disposição para o diálogo construtivo no sentido de encontrar alternativas para manter a unidade competitiva em um contexto de grande transformação no mercado brasileiro".

"A companhia tem feito todos os esforços para evitar o corte de empregados, incluindo férias coletivas, lay-off e programas de desligamento voluntário. No entanto, essas medidas não foram suficientes diante da expressiva redução da demanda no mercado brasileiro, que registra queda em torno de 30% desde janeiro do ano passado", disse a montadora em comunicado enviado por e-mail.

Segundo a empresa, os desligamentos têm como objetivo "adequar o quadro da empresa à atual realidade do mercado, visando resgatar a competitividade e viabilidade do negócio".

"A paralisação da operação da fábrica só contribui para agravar a séria crise que afeta hoje a GM e a indústria automotiva", disse a nota.

Segundo o sindicato, cerca de 250 trabalhadores da unidade de São José dos Campos reuniram-se em assembleia no domingo, após diversos deles terem recebido telegramas em suas casas com o aviso de que estavam demitidos.

Os cortes em São José dos Campos acontecem um mês depois de a montadora ter demitido cerca de 500 trabalhadores na fábrica de São Caetano do Sul, disse o sindicato.

A entidade também informou que nessa segunda-feira retornam ao trabalho 750 trabalhadores que estavam em lay-off, resultado de uma mobilização ocorrida em fevereiro, quando a GM havia indicado a intenção de realizar 798 demissões.

A GM de São José dos Campos produz os modelos S10 e Trailblazer, além de motores, transmissão e kits para exportação, informou o sindicato.


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