O valor movimentado pelas corretoras on-line ainda é irrisório em relação ao mercado de seguros no país –estima-se que apenas 1% dos R$ 7,7 bilhões em vendas de seguros de veículos do primeiro trimestre do ano tenham ficado com elas.
Mas a tendência é que o peso da atividade na internet cresça nos próximos anos.
Segundo Eugênio Velasques, integrante da comissão da CNseg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros) que estuda o comércio eletrônico, a internet deve concentrar a venda de produtos mais simples, especialmente os de viagem e casa e, conforme o mercado amadureça, os de carro.
Um dos desafios para que a venda on-line cresça, segundo ele, são exigências regulatórias como a entrega de relatórios de saúde e a realização de vistorias para a concessão da apólice.
Entre os investimentos que as empresas devem fazer para mudar o cenário atual estão iniciativas para aumentar o conhecimento do setor pelos clientes, diz Velazques.
Henrique Adan, diretor de TI e soluções digitais da Bradesco Seguros, compara o avanço da cotação e compra de seguros pela internet com o que ocorreu no mercado de viagens. Hoje, parte importante dos consumidores prefere se informar e definir suas compras pela internet por conta própria, em vez de buscar um especialista no tema.
Por enquanto, contudo, as corretoras on-line estão em um estágio anterior. Elas têm servido principalmente como fonte de consulta de preços para consumidores que, na maioria dos casos, após a busca, compram os seguros pelos meios tradicionais, onde podem tirar dúvidas com um especialista, diz Adan.
Segundo Alexandre Camillo, presidente do Sincor-SP (sindicato de corretores do Estado), a internet não deve substituir completamente os corretores tradicionais. "Mesmo os consumidores mais jovens gostam de alguém que dê retaguarda a eles, faça por eles, especialmente porque o seguro não é algo que você compra e, se estiver errado, troca." (FILIPE OLIVEIRA)