Empresas estão patrocinando projetos a partir do financiamento coletivo, versão da internet das "vaquinhas".
Em troca, além da visibilidade, elas viabilizam ideias gastando menos e usam o engajamento popular como direcionador de investimentos em marketing cultural.
A plataforma Sibite, no ar desde 2011, fez 45 arrecadações envolvendo empresas.
Por lá passaram o bloco de Carnaval paulistano Tarado ni Você, apoiado pelo Bar Brahma, o acampamento Supernatural Open Air, patrocinado pela Chilli Beans, e a série para internet "Volume Vivo", financiada por organizações como SOS Mata Atlântica, segundo a plataforma.
Bruno Beauchamps, fundador do Sibite, diz que a média de investimento é de R$ 20 mil, mas há casos de até R$ 200 mil. O Sibite tem um departamento comercial que apresenta ativamente projetos a possíveis interessados.
Outra plataforma, o Partio, nasceu com o objetivo de ajudar pessoas físicas a doar parte de seu IR a iniciativas culturais. Com a página no ar desde 2013, começou a receber mensagens de empresas que buscavam projetos para patrocinar. No ano seguinte, passou a fazer vaquinhas envolvendo empresas.
Em geral, empresas decidem apostar em uma ideia após ela ter recebido 80% do dinheiro necessário, o que pode garantir um investimento mais barato, diz Carlos Gayoto Rolim, fundador da empresa e também cineasta.
Segundo ele, a maior parte das empresas que usam sua plataforma é de pequeno e médio porte.
Segundo Lucas Foster, fundador da plataforma Project- Hub, que hoje arrecada dinheiro apenas de empresas e que deve se abrir para investimentos do público em novembro, existem muitas ideias esperando recursos, mas as companhias querem projetos mais maduros e com menos riscos para investir.
A aceitação popular do financiamento torna mais seguro o investimento em um iniciante, diz.
A ProjectHub tem atualmente 2.100 projetos cadastrados e 16 empresas investidoras. Foram financiados 30 projetos a partir dela.