Folha de S. Paulo


Dólar sobe pelo quarto dia com votações no Congresso; Bolsa oscila

O dólar atingiu R$ 3,48 nesta terça-feira (4) em meio à retomada de votações no Congresso que podem dificultar a adoção de medidas de ajuste fiscal planejadas pelo governo. A alta ocorre em meio a um cenário externo mais calmo, com um alívio nas tensões financeiras na China.

Às 14h12, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha alta de 0,80%, para R$ 3,4798. No mesmo horário, o dólar comercial —usado em transações no comércio exterior— subia 0,78%, também para R$ 3,481.

No mercado de ações, a Bolsa brasileira oscila. Ibovespa, principal índice acionário do país, tinha queda de 0,07%, para 50.103 pontos, às 14h14. Destaque para a queda dos papéis do Itaú Unibanco, após o banco registrar aumento do calote no segundo trimestre do ano.

Com o fim do recesso no Congresso, os parlamentares devem começar a votar projetos que podem causar impactos fiscais negativos para o governo, afirma em relatório Marco Aurélio Barbosa, analista da CM Capital Markets. Entre as medidas estão a que revê a desoneração da folha de pagamento e a proposta que amplia a correção do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para os depósitos feitos a partir de 2016.

Há também a possibilidade de votação de outras pautas-bomba, após o rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com o governo, em julho.

"O problema no mercado é político. Se estivéssemos aqui fazendo o trabalho de casa, com uma presidente com poder e respaldo político, seria outra coisa", afirma Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest corretora.

Caso as medidas que comprometem o ajuste fiscal sejam aprovadas, cresce a chance de o país perder o selo de bom pagador concedido por agências de classificação de risco. E isso pressionaria ainda mais a cotação da moeda americana no Brasil, em um contexto em que o Banco Central já deixou claro que não vai fazer intervenções no mercado cambial para conter a alta da divisa.

O Banco Central manteve nesta terça-feira a rolagem parcial dos contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Se mantiver o ritmo e realizar leilões até o penúltimo pregão do mês, como tem feito, o BC rolará 60% do lote total, fatia aproximadamente igual à rolagem dos contratos para agosto.

BOLSA

A alta das Bolsas chinesas também ajuda a impulsionar o mercado brasileiro nesta sessão. A valorização das ações da Vale e Petrobras sustenta o Ibovespa.

Às 14h14, as ações preferenciais da Vale tinham alta de 3,26%, para R$ 14,85. No horário, os papéis ordinários —com direito a voto— da mineradora subiam 3,35%, para R$ 18,18.

As ações da Petrobras sobem em dia de alta dos preços do petróleo no exterior. Às 14h15, os papéis preferenciais —mais negociados— da petrolífera tinham valorização de 2,29%, para R$ 10,25. As ações ordinárias avançavam 2,73%, para R$ 11,28, no mesmo horário.

A queda dos papéis do Itaú Unibanco pesa sobre a Bolsa nesta sessão. O banco viu seu lucro subir 22,1% no segundo trimestre do ano, para R$ R$ 5,984 bilhões, mas também registrou aumento do nível de calote. Às 14h15, as ações do banco tinham queda de 2,80%, para R$ 29,08.


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