Folha de S. Paulo


Bolsa da Grécia retoma negócios e tem a maior queda em 30 anos

Depois de cinco semanas sem operar, a Bolsa de Atenas retomou os trabalhos nesta segunda-feira (3) com a maior queda em 30 anos.

A Bolsa chegou a operar com desvalorização de 23%, mas terminou com baixa de 16,2%, com os investidores tendo que absorver no pregão uma série de acontecimentos importantes que ocorreram no período em que o mercado grego ficou fechado.

Desde 26 de junho, seu pregão anterior, o país não chegou a um acordo com os credores, fez um plebiscito em que a população rejeitou novas medidas de austeridade, deu o calote no FMI, fechou bancos e limitou saques diários a caixas eletrônicos e, finalmente, o governo recuou e acertou um pacote de ajuda com os parceiros europeus em que terá de fazer amplas reformas econômicas.

Yiannis Kourtoglou/Reuters
Bolsa de Valores de Atenas
Bolsa de Valores de Atenas

INDÚSTRIA FRACA

Para tornar mais difícil a situação, também nesta segunda foi conhecido um indicador da indústria que mostrou que o setor, que já não vinha bem das pernas, encolheu fortemente no mês passado, sofrendo os efeitos da falta de dinheiro das empresas com o fechamento dos bancos no período.

O índice do gerente de compras da indústria (baseado em questionários com executivos e que leva em conta dados como novos pedidos e estoques) ficou em 30,2 pontos no mês passado, o menor nível desde o início da medição, há 16 anos.

Em junho, o índice apontou 46,9 pontos.

Pelo índice, qualquer pontuação abaixo de 50 pontos indica que o setor está encolhendo.

"A indústria enfrentou uma queda recorde em novos pedidos e frequentemente não tinha condições de comprar os insumos necessários, especialmente os que vinham do exterior, com o fechamento dos bancos e os controles de capital prejudicando fortemente a atividade econômica normal", afirmou Phil Smith, economista da Markit, responsável pela pesquisa.

O governo grego e os credores europeus negociam um pacote de resgate de ¬ 86 bilhões, o terceiro do país em cinco anos. A expectativa é que a economia local, que já tem a maior taxa de desemprego da Europa (25,6%), volte a encolher neste ano.


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