Folha de S. Paulo


Valor da aquisição do HSBC surpreende, e ações do Bradesco caem

Alastair Grant/Associated Press
Fachada de edifício do HSBC, em Londres; Operação brasileira do banco foi comprada pelo Bradesco
Fachada de edifício do HSBC, em Londres; Operação brasileira do banco foi comprada pelo Bradesco

Os analistas do mercado financeiro consideraram muito alto o valor de US$ 5,186 bilhões (R$ 17,9 bilhões) que o Bradesco aceitou pagar pelo HSBC no Brasil. Foi a maior aquisição já feita pelo banco desde a fundação, em 1943.

A expectativa era que a compra ficasse em menos de US$ 4 bilhões (R$ 13,8 bilhões), o correspondente a 1,2 vez o valor patrimonial (soma de todos os bens e valores) de R$ 11,2 bilhões. No entanto, esse múltiplo chegou a 1,6 vez, lembrando as transações acima de 2 vezes como a compra do Banco Real pelo Santander, em 2008.

As ações preferenciais (sem voto) do Bradesco tiveram baixa de 3,12% e ficaram entre as maiores baixas da Bolsa de Valores de São Paulo, que terminou o dia com recuo de 1,4% no Ibovespa.

Para justificar o valor, os executivos do banco argumentaram que há uma grande complementaridade geográfica e de renda entre as agências e clientes. Afirmou ainda que espera, em um prazo de até três anos, que o HSBC passe a ter o mesmo patamar de lucro e a mesma rentabilidade do Bradesco.

O HSBC teve prejuízo de R$ 549 milhões em 2014. No primeiro semestre deste ano, porém, houve lucro bruto de US$ 191 milhões (R$ 658 milhões, pelo câmbio atual) considerando o padrão contábil britânico. O valor ainda não foi divulgado em reais e no padrão brasileiro.

Segundo Luiz Trabuco, presidente do banco, a compra do HSBC permitirá uma ampliação de 20% da atual presença do banco no país.

"A aquisição possibilitará ganho de escala e otimização de plataformas, com aumento da cobertura nacional, consolidando a liderança em número de agências em vários Estados, além de reforçar a presença na alta renda."


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