O próximo diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional) deverá vir de fora da Europa quando a atual chefe do Fundo, Christine Lagarde, deixar o cargo, disse o primeiro vice-diretor-geral do Fundo, David Lipton, em entrevista que foi ao ar neste sábado (25).
Lipton disse à BBC World Service que a tradição que reza que um europeu comande o FMI enquanto um norte-americano lidera o Banco Mundial está sob pressão e que a próxima nomeação será "estritamente baseada no mérito".
Descrita na mesma entrevista como "incrivelmente anacrônica" pelo ex-economista-chefe do FMI Kenneth Rogoff, a convenção que tem garantido a europeus o comando do Fundo tem sido duramente questionada durante a atual crise na zona do euro.
Lipton disse que quando Lagarde deixar o posto, seu sucessor provavelmente virá de um país não-europeu.
"Com candidatos de todo o mundo se apresentando, acho que é mais provável [que isso ocorra] da próxima vez do que jamais foi", disse ele.
"Há cada vez mais gente eminentemente qualificada de fora da Europa e dos Estados Unidos, e acho que o fato de ter havido tanto foco nos Estados Unidos, bem no início da crise financeira global, e na Europa, vai levar à sensação de que tem de haver um leque mais amplo no papel de liderança", disse Lipton.