Folha de S. Paulo


Oferta de roupas para 'baixos-cheinhos' é novo trunfo on-line

Se o homem brasileiro encontra pouca variedade de produtos de beleza no mercado offline, tamanhos de roupas fora do padrão P, M e G, muito menos.

Foi pensando nessa necessidade reprimida de baixos-cheinhos, magros-altos e toda a diversidade das formas do corpo brasileiro que as grifes on-line Oriba e Jack The Barber mergulharam no negócio de roupas.

O gestor de relações públicas Rodrigo Ootani, 29, e mais dois amigos de estruturas corporais distintas criaram, em janeiro, camisetas com variações de curto e longo aplicadas aos tamanhos P, M e G.

Com investimento de R$ 100 mil, eles produziram as peças da marca Oriba (alegre, em tupi), montaram a estrutura do e-commerce e já vão para a segunda leva de roupas produzidas.

"A principal preocupação dos homens quando compram uma camiseta é o caimento. Como o Brasil não tem padrão definido de medidas, há um desacerto entre os tamanhos ofertados e o que de fato cai bem no cliente", explica Ootani.

Karime Xavier/Folhapress
Rodrigo Ootani (à esq.), Marcelo Collis e Paulo Moreira (em pé) no showroom da Oriba, em São Paulo
Rodrigo Ootani (à esq.), Marcelo Collis e Paulo Moreira (em pé) no showroom da Oriba, em São Paulo

No site, o consumidor preenche com seu tamanho e peso um formulário que lhe indica qual produto comprar.

Segundo Ootani, que atende uma clientela formada por "homens de estilo básico" entre 26 e 32 anos, o P longo e o G curto são os modelos mais procurados.

O mesmo desacerto de medidas foi identificado pelo executivo de fusões e aquisições Guilherme Paulino, 41, quando teve problemas ao tentar ajustar o tamanho de uma calça numa "loja dessas de shopping".

Ao lado de um sócio e outros 12 investidores, lançou a Jack The Barber (Jack, O Barbeiro), que além de camisas, itens de beleza e sapatos, vende quatro modelos de calças com 32 combinações de tamanhos cada um.

Além do comprimento das pernas, Paulino oferece variações na cintura das peças. O investimento com confecção, tecnologia e plano de marketing consumiu "menos de R$ 5 milhões" e um ano de trabalho até novembro passado, quando lançou o site.

"Fazemos pesquisas mensais com os clientes, e o principal elogio é o caimento das calças", diz.

Seguindo a tendência das grifes on-line de abrirem um ponto físico como showroom do ambiente virtual, a Jack The Barber acaba de inaugurar uma loja no Itaim Bibi, na zona sul paulistana.


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