Folha de S. Paulo


Aécio diz que revisão do PIB demonstra fracasso do ajuste fiscal

Pedro Ladeira/Folhapress
O presidente do PSDB e senador Aécio Neves
O presidente do PSDB e senador Aécio Neves

Presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) disse nesta quarta (22) que a revisão da meta fiscal anunciada pela equipe econômica é resultado da "incapacidade" do governo federal de cumprir seus compromissos aliada a "erros" na condução política econômica do país, inclusive no ajuste fiscal.

Em nota, Aécio diz que a medida era "esperada" e comprova que o ajuste, implementado pelo governo, é "incerto" e não será "rápido".

"O cenário para os próximos anos é de um ajuste fiscal difícil e que exigirá um aumento do superávit primário ao longo dos próximos três anos. Se antes havia a expectativa de crescimento do PIB de 1% este ano, a expectativa agora é de uma queda de 2% e de crescimento zero ou negativo em 2016. A queda do PIB se transforma em perda de arrecadação", afirma Aécio.

O tucano diz que o governo reduziu investimentos públicos, com cortes temporários, sem realizar um "ajuste estrutural" no país. "Adicionalmente, as despesas de custeio no primeiro semestre deste ano continuaram
crescendo muito acima do PIB porque o governo não teve a coragem de fechar um único ministério e ainda está pagando contas atrasadas da primeira gestão da presidente Dilma", diz o senador.

Na nota, Aécio afirma ainda que o mais preocupa na revisão para baixo da meta de superávit primário é a retomada do seu crescimento em 2016, que seria capaz de evitar um "crescimento excessivo" da dívida pública até 2018 –quando termina o mandato da presidente Dilma Rousseff.

"Depois de mais de seis meses [do segundo mandato de Dilma], tem-se a impressão de que se avançou quase nada e a responsabilidade desse desastre ocorrido com o Brasil é do governo do PT que gastou ao longo dos últimos anos além do crescimento da economia, adiou o pagamento de despesas e "fez o diabo" para vencer as eleições", atacou Aécio.

O senador disse que, se o governo tivesse tomado "as medidas corretas no tempo certo", não estaria enfrentando um momento de recessão, aumento do desemprego e risco de desequilíbrio fiscal. "Se o governo tivesse agido com responsabilidade com o país, os brasileiros não estariam hoje tendo que pagar a conta dos erros do PT."

O governo anunciou a redução da meta fiscal neste ano de R$ 63,3 bilhões para R$ 8,75 bilhões. Isso significa uma diminuição de 1,1% para 0,15% do PIB (Produto Interno Bruto). Um novo bloqueio de gastos para atingir esse percentual ficará em R$ 8,6 bilhões.


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