Folha de S. Paulo


Melhor rodovia do Brasil tem pedágio muito alto, reclama sindicato

Nem só de elogios vive a rodovia mais bem avaliada do país. A principal queixa tem origem no bolso: as tarifas de pedágio.

A Bandeirantes tem cinco pontos de cobrança, com preços que variam de R$ 5,30 a R$ 8. Paga-se nos dois sentidos da rodovia.

"É a melhor do país e muito bem conservada, mas também é muito cara. O motorista 'deixa' o caminhão na estrada, de tantos pedágios que paga", disse Manoel Sousa Lima Junior, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e região.

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Para Bruno Batista, diretor-executivo da CNT, o preço do pedágio se deve ao tipo de concessão feita nos anos 1990. "Os índices de reajuste eram maiores do que os que foram praticados na década passada ou início desta", afirma.

"Aquele risco que assumimos de entrar num negócio para 20, 30 anos é diferente do atual. Não dá para comparar as condições [dos leilões daquela época com as atuais]", diz Mauricio Vasconcellos, diretor-presidente da AutoBan.

Ele cita dados de uma pesquisa realizada em 2014, que mostrou que 83% dos transportadores, 92% dos motoristas e 87% dos formadores de opinião disseram que "valeu a pena" pagar pedágio para trafegar na via.

Se por um lado o motorista gasta mais com pedágio, por outro ele tem mais segurança e economiza na manutenção do veículo, diz.

O resultado são menos ocorrências. O índice de acidentes no sistema Anhanguera-Brandeirantes foi de 0,97 em 2014 e o de mortos, de 1,71. Na malha rodoviária da primeira etapa do programa de concessões paulistas, os índices são de 1 e 2,4, respectivamente.

Há três anos, a Bandeirantes é considerada a melhor rodovia do país, segundo a CNT. Entre os motivos que a levaram ao posto estão a qualidade da pista, a ausência de curvas perigosas e pontes e viadutos com acostamentos e defensas.

Mas, segundo Lima Junior, a preocupação dos motoristas cresce em relação à lentidão no tráfego e ao maior risco de roubo de cargas.

Quanto a esses pontos, no entanto, a concessionária tem pouco a fazer. Em uma região densamente povoada, é inevitável que ocorra congestionamentos, diz Batista, da CNT. Em relação à segurança, a AutoBan contribui com o monitoramento por câmeras. No centro de operações, há sempre um policial militar de plantão.

Colaborou TATIANA FREITAS


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