Folha de S. Paulo


Bolsa brasileira acompanha alívio no exterior e sobe; dólar recua

Daniel Marenco - 4.ago.2011/Folhapress
Bolsa sobe nesta sexta-feira, com ajuda de cenário externo
Bolsa sobe nesta sexta-feira, com ajuda de cenário externo

A Bolsa brasileira sobe nesta sexta-feira (10), impulsionada por uma melhora nos mercados asiáticos e pelo alívio causado após a apresentação de um programa de reformas na Grécia. Com o alívio nas incertezas, o dólar recua e é cotado abaixo de R$ 3,20.

Às 14h20, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, tinha avanço de 1,73%, para 52.679 pontos. Das 66 ações negociadas, 52 subiam, 13 caíam e uma se mantinha inalterada no horário.

No mercado cambial, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha queda de 0,79%, para R$ 3,189, às 14h21. No mesmo horário, o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, tinha queda de 0,87%, para R$ 3,188.

Na avaliação de Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest Corretora, a tendência da Bolsa é de alta nesta sexta-feira, principalmente após a reação dos mercados asiáticos nos últimos dois dias.

"O que pode frear a alta são os problemas internos, com a dificuldade política envolvendo o governo. Os empresários não investem, os consumidores não consomem. Mas como o exterior melhorou, a nossa Bolsa deve reagir a esse cenário mais otimista", avalia.

As Bolsas chinesas, que enfrentaram turbulências no início da semana que afetaram os principais mercados mundiais, subiram nesta sessão.

Para analistas, a alta foi impulsionada por medidas de apoio vindas do governo chinês, o que pareceu acalmar os investidores depois do pânico de vendas que levou a uma desvalorização de um terço do seu valor nos mercados da China continental desde seu pico em junho.

Na quinta-feira, a agência que regula o mercado de capitais da China proibiu acionistas com participações superiores a 5% de venderem seus papéis nos próximos seis meses.

Separadamente, os principais acionistas dos maiores bancos chineses, incluindo ICBC, e empresas, como a Sinopec, prometeram manter suas participações e aumentar suas cotas nas companhias listadas.

GRÉCIA

Após enviar, na quinta-feira à noite, a proposta de reformas à União Europeia para conseguir ajuda dos credores, o premiê grego, Alexis Tsipras, pediu ao Parlamento do país que apoie as medidas.

Após entrar em uma reunião do partido sob aplausos, Tsipras convocou seus partidários do Syriza a darem seu apoio às novas propostas antes de uma votação relâmpago no Parlamento sobre as negociações, pedindo que ajudem a manter a Grécia na zona do euro.

"Estamos sendo confrontados com decisões cruciais", disse Tsipras a parlamentares, segundo uma autoridade do governo. "Nós temos um mandato para conseguir um acordo melhor do que o ultimato que o Eurogrupo nos deu, mas certamente não um mandato para tirar a Grécia da zona do euro."

O endosso parlamentar dos compromissos imediatos das reformas que a Grécia está oferecendo aos credores europeus permitiria ao país avançar na corrida para obter um novo empréstimo, evitar a falência do Estado e uma possível saída da zona do euro.

No entanto, cinco membros radicais do Syriza afirmaram nesta sexta-feira que é preferível sair da zona do euro e voltar ao dracma do que um acordo com credores internacionais com medidas de austeridade e sem qualquer alívio da dívida.

MUNDO

O otimismo com a melhora nos mercados chineses e na Grécia foi acompanhado por outras Bolsas no mundo.

Na Europa, o índice FTSEurofirst 300 fechou com alta de 2,08%, a 1.543 pontos, com o índice de blue chips da zona do euro Euro STOXX 50 avançando 3,18%. Em Londres, o índice Financial Times avançou 1,39%, para 6.673 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX subiu 2,90%, para 11.315 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 ganhou 3,07%, para 4.903 pontos.

Em Milão, o índice FTSE-MIB teve valorização de 3%, para 22.937 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 registrou alta de 3,08%, para 11.036 pontos. E a Bolsa de Lisboa encerrou o dia com valorização de 3,04%, para 5.700 pontos.

Nos EUA, os índices também acompanham o bom humor internacional. Às 14h18, o índice Dow Jones subia 1,11%, para 17.743 pontos. Já o S&P 500 tinha alta de 1,23%, para 2.076 pontos, enquanto o índice da Bolsa Nasdaq avançava 1,33%, para 4.988 pontos, às 14h19.

AÇÕES

As ações da Petrobras sobem mais de 2% nesta sexta-feira, mesmo com a notícia de que a Corte de Nova York negou pedido da empresa para encerrar a ação coletiva movida na Justiça americana contra a companhia por suposto prejuízo causado pela corrupção.

A Corte teria concordado em permitir a resolução por arbitragem (extrajudicial) da disputa pelas ações de títulos emitidos nos Estados Unidos em 2012 que já prescreveram. As demais acusações continuarão a ser julgadas em Nova York.

Às 14h19, as ações preferenciais da Petrobras –mais negociadas e sem direito a voto– subiam 2,77%, para R$ 11,87. Os papéis ordinários –com direito a voto– tinham alta de 3%, para R$ 13,37, no mesmo horário.

As ações da Vale, que foram bastante afetadas pela crise na China, sobem nesta sessão. Os papéis preferenciais da mineradora tinham alta de 2,06%, para R$ 14,84, às 14h19. No mesmo horário, as ações ordinárias subiam 2,33%, para R$ 17,56.


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