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Taxa de desemprego sobe para 8,1% no trimestre encerrado em maio, diz IBGE

Letícia Moreira/Folhapress
De acordo com o IBGE, desemprego no Brasil aumentou para 8,1% no trimestre encerrado em maio
De acordo com o IBGE, desemprego no Brasil aumentou para 8,1% no trimestre encerrado em maio

A taxa média de desemprego no país aumentou para 8,1% no trimestre encerrado em maio, informou o IBGE nesta quinta-feira (9).

A taxa de desemprego era de 7% no mesmo período do ano passado e de 7,4% no intervalo imediatamente anterior (dezembro a fevereiro).

Os dados são da Pnad Contínua mensal, pesquisa de abrangência nacional sobre mercado de trabalho divulgada pelo IBGE. Trata-se da maior taxa de desemprego da série histórica da pesquisa, iniciada em janeiro de 2012.

O desemprego aumentou porque 1,566 milhão de pessoas entraram no mercado de trabalho, mas apenas 297 mil encontraram emprego.

Desemprego sobe

O número de pessoas desempregadas no país aumentou assim em 1,269 milhão na comparação ao mesmo período do ano passado.

Com a desaceleração da economia -o PIB encolheu 0,2% no primeiro trimestre deste ano-, o mercado não está sendo capaz de absorver esses trabalhadores.

A população desempregada no trimestre encerrado em maio cresceu 18,4% frente ao mesmo período do ano passado. São 8,157 milhões de desempregados.

Na comparação com o trimestre encerrado em fevereiro, o aumento foi de 10,2%.

O número de pessoas ocupadas, por sua vez, teve um crescimento de 0,3% frente ao mesmo período de 2014, considerado estabilidade pelo IBGE.

São 92,104 milhões de brasileiros empregados.

Houve queda de 0,2% na comparação ao período encerrado em fevereiro, também considerado estabilidade pelo IBGE.

Já as pessoas fora do mercado de trabalho –em idade para trabalhar, mas que não procuram emprego– aumentaram 1,4%, para 63,696 milhões.

RENDA

Uma das razões para o aumento da procura por emprego no país é a queda da renda. Mais e mais pessoas voltam ao mercado de trabalho buscando recompor a renda da família.

O rendimento médio dos trabalhadores do país ficou em R$ 1.863 nos três meses encerrados em maio, com queda de 0,7% em relação ao período terminado em fevereiro.

Na comparação com o período terminado em maio de 2014, houve queda de 0,4%. Em ambos os casos, há estabilidade para o IBGE.

A massa de rendimento real habitualmente recebido em todos os trabalhos para o trimestre encerrado em maio (R$ 166,1 bilhões) não apresentou variação significativa.

GOVERNO

Para tentar conter o aumento do desemprego, o governo encaminhou ao Congresso nesta segunda (6) uma medida provisória que permite a redução da jornada de trabalho em até 30%, com redução do salário.

Chamada de PPE (Programa de Proteção ao Emprego), a proposta prevê que, no caso da redução de 30% do salário, o trabalhador receberá na prática 15% a menos, já que outros 15% serão complementados pelo governo com recursos do FAT.

ATRASO

A Pnad Contínua é a mais abrangente pesquisa de emprego do IBGE. A PME (Pequisa Mensal de Emprego) investiga as seis principais regiões metropolitanas. A Pnad Contínua coleta dados em todo o país.

Por se tratar de uma pesquisa nova, iniciada em 2012, a Pnad Contínua tem sido incrementada ao poucos pelo instituto, com novos temas absorvidos pela pesquisa com o tempo.

O IBGE informou na terça-feira (7) que vai atrasar a divulgação da Pnad Contínua de junho deste ano a janeiro do ano que vem. O tempo de atraso vai variar de 14 dias a 43 dias, dependendo do mês de referência.

Pelas novas datas, a taxa de desemprego de junho, por exemplo, será conhecida em 25 de agosto, e não mais em 6 de agosto. A de julho sairá em 29 de setembro, em vez de 3 de setembro.

O IBGE informou que o atraso ocorre por causa de novos temas que serão incorporados à pesquisa (trabalho infantil, habitação, migração e fecundidade) e troca do tablet que os técnicos usam no campo.

No ano passado, o instituto atrasou a divulgação da Pnad Contínua após uma greve de funcionários por maiores salários que durou dois meses.


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