Folha de S. Paulo


Bolsas caem após Grécia votar contra acordo com credores europeus

Os mercados de ações do mundo inteiro operam em queda nesta segunda-feira (6), repercutindo o resultado do plebiscito grego no último domingo, que decidiu que a Grécia não deve aceitar as imposições de credores internacionais para receber novo resgate financeiro.

A baixa, no entanto, foi amenizada após a renúncia do ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis. Às 13h15 (de Brasília), as Bolsas europeias caminhavam para fechar o pregão no vermelho, lideradas pelas perdas dos índices de Milão (-4,03%) e Lisboa (-3,81%). Os mercados acionários de Paris e Frankfurt também cediam, com desvalorizações de 2,01% e 1,52%, nesta ordem.

Na Ásia, as ações atingiram mínima de seis meses nesta segunda, refletindo a preocupação sobre o futuro da Grécia na zona do euro e o risco de agravamento da crise no bloco econômico. O clima de tensão levou o índice MSCI que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão a cair 2,21%, depois de registrar baixa de até 2,8% durante a sessão –a maior perda diária em dois anos.

No Brasil, o principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, chegou a recuar até 1,6% pela manhã. Às 13h15, tinha desvalorização de 0,74%, a 52.129 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 2,1 bilhões.

Em Nova York, as Bolsas americanas também operavam em baixa, embora menos expressiva que nos demais mercados internacionais. O índice Dow Jones perdia 0,24%, enquanto o S&P 500 cedia 0,28% e o Nasdaq, 0,30%.

Segundo analistas, o foco dos investidores, agora, está na reunião desta terça-feira (7) do Eurogrupo, prevista para as 8h (de Brasília), quando a situação da Grécia será discutida. O ministro da Economia da Alemanha, Sigmar Gabriel, disse que a Grécia precisa fazer oferta que supere as anteriores se quiser permanecer na zona do euro.

AÇÕES

No Ibovespa, o bom desempenho das ações do setor siderúrgico não era suficiente para compensar a queda de bancos, Petrobras, Vale e de companhias do setor elétrico nesta segunda-feira.

Depois de terem caído na semana passada após artigo publicado no site especializado Steel Business Briefing aventar que a fraqueza da economia estaria forçando usinas a reduzir valores cobrados pelos aços longos em até 5%, as siderúrgicas lideravam a ponta positiva do Ibovespa às 13h15.

A ação preferencial (sem direito a voto) da Usiminas ganhava 3,47%, a R$ 4,17, enquanto a Gerdau subia 3,30%, a R$ 6,88. A CSN tinha valorização de 2,31%, a R$ 4,88.

Em sentido oposto, a ação preferencial da Petrobras perdia 2,38%, para R$ 11,45, diante da forte queda nos preços do petróleo no exterior, enquanto agentes financeiros também repercutiam notícia do jornal "Valor Econômico" de que a estatal pode vender a fatia que detém na petroquímica Braskem –a companhia via seus papéis subirem 2,98%, a R$ 12,80 cada um.

Também operava no vermelho a ação preferencial da Vale, em novo dia de retração no preço do minério de ferro negociado no mercado chinês –o oitavo seguido. A China é o principal destino das exportações da mineradora brasileira.

No setor financeiro, operavam no vermelho Itaú (-1,39%) e Bradesco (-1,19%). O segmento é o que tem maior representatividade dentro do Ibovespa.

CÂMBIO

No câmbio, o dólar operava perto da estabilidade em relação ao real, com a cautela sobre a possível saída da Grécia da zona do euro sendo compensada em partes pela expectativa de entrada de novos recursos no Brasil diante do aumento de juros praticado no país.

Às 13h15, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,24% sobre o real, cotado em R$ 3,142 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, mostrava ligeira valorização de 0,03%, também para R$ 3,142.

Nesta segunda-feira, o BC deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em agosto -operação que equivale a uma venda futura de dólares para estender o prazo de contratos. A oferta de 6 mil papéis foi integralmente vendida, por US$ 293,3 milhões. Nos primeiros leilões deste mês, haviam sido ofertados até 7,1 mil swaps.

Mantendo a oferta de até 6 mil contratos por dia até o penúltimo dia útil do mês, o BC rolará o equivalente a US$ 6,396 bilhões ao todo, ou cerca de 60% do lote total. Se continuasse com as ofertas anteriores, a rolagem seria de 70%, como a do mês anterior.

Com Reuters


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