Folha de S. Paulo


Vice-ministro das Relações Exteriores é novo ministro das Finanças da Grécia

O coordenador da equipe grega nas negociações com os credores e até esta segunda-feira (6) vice-ministro das Relações Exteriores, Euclidis Tsakalotos, foi nomeado para substituir Yanis Varoufakis à frente do Ministério das Finanças, informou a presidência da República. Varoufakis deixou o cargo nesta segunda.

Tsakalotos, que jurará o cargo nesta tarde, estava à frente da negociação em Bruxelas desde abril, quando o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, retirou Varoufakis da primeira linha como consequência das fortes críticas suscitadas entre seus parceiros europeus.

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Antes do anúncio do novo nome para o presidente do Parlamento Europeu (PE), Martin Schulz, afirmou nesta segunda-feira que a renúncia de Varoufakis representava um alívio para o diálogo com Atenas, mas ressaltou que nem por isso as negociações serão mais fáceis.

Schulz lembrou que o sucesso das futuras negociações entre a União Europeia (UE) e a Grécia não depende de pessoas concretas.

"Não depende de quem negocia, mas de sobre o que se negocia", especificou Schulz em uma fala durante um evento na Escola Superior de Esportes de Colônia, no oeste da Alemanha.

Ele indicou que houve 18 generosas ofertas sobre a mesa e a Grécia respondeu "não" à grande maioria das propostas.

Grécia

"O governo viu seu apoio fortalecido em casa, mas em nível europeu provavelmente não", assinalou o presidente do PE, que ressaltou que Atenas "deverá apresentar agora propostas que sejam convincentes para o resto (da EU)".

Schulz previu que "serão negociações difíceis", mas se mostrou favorável a mantê-las. E destacou a necessidade agora de um programa humanitário para a Grécia, devido a cada vez mais difícil situação social.

Para ele, na reunião de amanhã os chefes de Estado e de governo da zona do euro deverão abordar este tema, porque os bancos provavelmente não abrirão nem hoje nem terça-feira na Grécia e a consequência será que as crianças pequenas não terão o que comer nas creches e os aposentados não poderão comprar remédios.

"Penso que não deveríamos deixar o povo grego sofrer", afirmou Schulz, que se pronunciou a favor de um programa o mais preciso possível para poder enfrentar estas dificuldades imediatas.

Os custos desse programa não devem preocupar os contribuintes, acrescentou, porque "a questão de prestar socorro humanitário a crianças ou doentes é uma questão de solidariedade dentro da UE", ressaltou.


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