Folha de S. Paulo


Produção em baixa leva emprego na indústria automotiva a 20ª queda

Michelle Müller -13.jul.12/Folhapress
Linha de montagem de veículos no Brasil
Linha de montagem de veículos no Brasil

O número de postos de trabalho na indústria automotiva caiu pelo vigésimo mês seguido. No acumulado do primeiro semestre, a queda no emprego é de 9,6%.

O cálculo é baseado nas informações divulgadas pela Anfavea (associação nacional das montadoras) e considera os trabalhadores empregados pelas empresas que fazem parte da entidade.

Hoje, há 136,9 mil funcionários nas montadoras instaladas no Brasil. Em outubro de 2013, eram 159,6 mil. Quando se considera o primeiro semestre de 2015, foram fechados 7.700 postos de trabalho dentre as montadoras associadas à Anfavea.

A queda no emprego acompanha a produção de veículos no Brasil, que caiu 14,8% em junho sobre o mesmo período de 2014 e 12,5% sobre maio, para 184 mil unidades.

Com o resultado, o Brasil acumulou queda de 18,5% na produção de veículos no primeiro semestre na comparação anual, para 1,277 milhão de unidades.

Infográfico Indústria automobilística - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

LAY-OFFS, FÉRIAS E LICENÇAS

"Temos 36,9 mil empregados fora do trabalho, seja em férias coletivas, lay-off ou licença remunerada. Isso representa 27% da força de trabalho das montadoras", afirma Luiz Moan, presidente da Anfavea.

Dependente do mercado interno, a indústria automotiva sente a queda de 20,7% nas vendas entre janeiro e junho (inclui carros de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus).

A Anfavea investe em ações de estímulo às vendas para tentar reverter os resultados negativos. Hoje, há cerca de 389 mil veículos em estoque, o que equivale a 47 dias de vendas.

O setor de veículos pesados vive momento mais crítico, com queda de 42,3% no licenciamento de ônibus e caminhões no primeiro semestre de 2015 em relação a igual período em 2014.

"A produção de caminhões já caiu 45,2% no acumulado do ano. As linhas de montagem são reguladas pela venda, o que explica essa queda drástica", diz Marco Antônio Saltini, vice-presidente da Anfavea.


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