Folha de S. Paulo


'Dívida não é do povo, e sim de bancos e governos', diz grega sobre plebiscito

Leandro Colon/Folhapress
Afrodite Fraghou, 27, webmaster, votará pelo
Afrodite Fraghou, 27, webmaster, votará pelo "não" no plebiscito grego

O plebiscito parece complicado, mas a questão é muito simples para mim. Não acho que a dívida da Grécia [177% do PIB] deve ser totalmente paga porque não é um débito do povo grego, mas sim dos bancos e dos governos anteriores que a criaram. Isso não pertence a nós.

Por isso vou votar "não" neste domingo (5). Discordo da proposta de negociação dos credores. Acho que temos que rejeitar o pacote antigo e não assinar um novo resgate.

O voto pelo "não" é um primeiro passo para impedir qualquer socorro do tipo.

Vou votar 'não', mas sei que isso não vai ocorrer imediatamente, no dia seguinte à votação, porque o primeiro-ministro diz que ainda vai negociar, ele fala em buscar uma melhorar proposta.

O grande problema são as políticas de austeridade adotadas por todos os governos desde 2010.

Esses ajustes têm asfixiado a economia do país e afetado os setores sociais no geral, como a educação e o sistema de saúde, que estão cada vez mais se deteriorando, dia a dia.

A vida tem ficado mais cara e as pessoas têm perdido seus empregos. Meus pais têm negócios que não estão indo bem. Eu não tenho emprego fixo, trabalho em internet e recebo por projeto.

Queria que o Syriza ganhasse a eleição em janeiro, mas isso não significa que apoio o partido 100%.

Há muitas coisas em que acredito e eles fizeram de maneira errada. Prometeram, por exemplo, que não pagariam a dívida desde o começo, romperiam com o bloco europeu, não fizeram isso e chegamos agora a essa situação.

Editoria de Arte/Folhapress

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