Folha de S. Paulo


Consultoria vai renegociar dívida de R$ 1,2 bi da UTC

Silva Junior/Folhapress
Obra da Constran, da UTC, para o metrô de São Paulo
Obra da Constran, da UTC, para o metrô de São Paulo

Investigado na Operação Lava Jato, o grupo UTC contratou o consultor Ricardo Knoepfelmacher para renegociar sua dívida de R$ 1,2 bilhão com bancos.

Ricardo K, como costuma ser chamado, é conhecido por ter trabalhado para empresas encurraladas por dívidas ou disputas societárias, como a operadora Brasil Telecom e a EBX, grupo falido do empresário Eike Batista.

Na UTC, do empresário Ricardo Pessoa, que é réu e delator no processo que apura corrupção na Petrobras, a tarefa será conseguir mais prazo dos bancos para manter a empresa funcionando num cenário hostil.

A UTC está proibida, junto com outras 22 empreiteiras suspeitas, de participar de novas licitações da Petrobras, e enfrenta dificuldades para obter financiamentos.

A combinação da Lava Jato com a crise econômica já levou o grupo a demitir 15 mil dos 30 mil funcionários, vender imóveis e até devolver metade do prédio que sua sede ocupa em São Paulo para economizar no aluguel, como a Folha antecipou.

Executivos ligados à empresa dizem que a negociação com os bancos depende da reestruturação da UTC e é para isso que a consultoria de Ricardo K foi contratada.

O plano pode envolver a venda de ativos e até a entrada de novos investidores. O grupo é sócio nas concessões do Aeroporto de Viracopos (SP), da linha 6 do metrô de São Paulo e é dono da construtora Constran.

A UTC já vinha discutindo com os bancos a venda de seu ativo mais vistoso: a participação de 23% em Viracopos.

Na avaliação de um desses credores, a venda dos 23% poderia render de R$ 350 milhões a R$ 400 milhões.

A UTC deve para os bancos Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil, HSBC e ABC.


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