Folha de S. Paulo


Petrobras vê com simpatia mudança de regra do pré-sal

Dado Galdieri - 11.jul.2013/Bloomberg
Plataforma da Petrobras em Angra dos Reis
Plataforma da Petrobras em Angra dos Reis

Diante do risco de derrota do governo, o ex-presidente Lula defendeu que a base aliada no Congresso busque pelo menos garantir à Petrobras o direito de preferência em lugar da obrigatoriedade de ser a operadora única em todos os blocos de exploração de petróleo do pré-sal.

A ideia conta, reservadamente, com a simpatia da atual direção da Petrobras, preocupada com a falta de caixa nos próximos anos para bancar seus investimentos e disputar leilões que o governo venha a realizar.

A presidente Dilma, porém, havia orientado sua equipe a não aceitar qualquer tipo de mudança nas regras de exploração do pré-sal, que determina não só que a Petrobras seja a operadora única como tenha no mínimo 30% de todos os campos.

Em reunião na residência do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Lula disse preferir não mudar a regra que obriga a estatal a ser a operadora única, mas admitiu que a fragilidade política do governo pode levar à aprovação do projeto do senador José Serra (PSDB-SP) que acaba com o mecanismo criado em sua administração.

Segundo relato de senadores peemedebistas e petistas presentes à reunião desta terça-feira (30), o ex-presidente propôs então como alternativa criar um dispositivo de preferência que daria à Petrobras o direito de abrir mão de leilões de exploração do pré-sal nos quais não tivesse interesse de participar.

O projeto de Serra estava previsto para entrar em discussão no plenário do Senado nesta terça-feira, mas o debate não havia começado até a conclusão desta edição e poderia ser adiado.

Ao defender sua proposta, o senador tucano disse que "a Petrobras não tem condição de bancar a obrigatoriedade que lhe atribuiu a lei".


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