Folha de S. Paulo


Dilma nega que corte na Petrobras afete o desenvolvimento do pré-sal

A presidente Dilma Rousseff negou que o corte no plano de investimentos da Petrobras, anunciado nesta segunda-feira) afete o desenvolvimento do pré-sal.

Segundo ela, a participação da estatal no pré-sal "não é muito grande" e a empresa é uma "boa parceira", o que atrai investidores.

"Quando os preços do petróleo estão mais baixos, todo investidor ou empresa que investe procura reduzir o risco, selecionando os melhores projetos e parceiros que têm conhecimento do que fazem", afirmou após participar do seminário em Nova York promovido pelo governo para divulgar o programa de concessões a empresários estrangeiros.

Endividada, a Petrobras decidiu fazer um corte de 37% em seu plano de investimentos, para US$ 130 bilhões nos próximos cinco anos, uma diferença de US$ 76,3 bilhões frente ao previsto anteriormente.

A presidente afirmou que a companhia segue "atraente", porque descobriu e conhece o pré-sal.

"O investidor diminui riscos ao aplicar onde você sabe que tem petróleo de qualidade e [num ambiente] onde tem regras claras, que se respeita contratos, que não tem risco, eu diria, geopolítico", afirmou.

DELAÇÃO

Em sua primeiro entrevista durante a viagem aos Estados Unidos, a presidente que tenha recebido dinheiro ilícito em sua campanha à reeleição e afirmou que "não respeita delator" em referência ao depoimento do dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa.

"Não tenho esse tipo de prática. Não aceito e jamais aceitarei que insinuem sobre mim ou sobre minha campanha qualquer irregularidade. Primeiro, porque não houve. Segundo, porque, se insinuam, alguns têm interesses políticos", disse Dilma.

Dilma afirmou que não recebeu o empreiteiro em seu primeiro mandato e que "não respeita nenhuma fala" sua.

"Na mesma época em que recebi os recursos, no segundo turno, o candidato que concorreu comigo recebeu também com uma diferença muito pequena de valores, o Aécio Neves (PSDB)", afirmou a presidente.
Após o evento em Nova York, a presidente seguiu para Washinton, onde encontrará com o presidente americano, Barack Obama.


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