Folha de S. Paulo


Bolsas desabam por temor sobre a crise da Grécia

Os temores cada vez mais concretos de que a Grécia será incapaz de pagar parcela de 1,6 bilhão de euros da dívida ao FMI geraram quedas no Ibovespa, puxado pelas bolsas asiáticas, europeias e de Nova York nesta segunda-feira (29).

Em meio a negociações emperradas, o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras convocou um referendo para decidir no próximo domingo se o país aceita as exigências dos credores para ter liberadas verbas que permitiriam o pagamento da dívida.

Na visão do mercado, isso diminuiu drasticamente as chances de que a verba seja liberada antes do fim do prazo para o pagamento de parcela de 1,6 bilhão de euros ao FMI, que vence nesta terça. O receio é de que a situação se agrave a ponto de a Grécia deixar a zona do euro.

O presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker instou nesta terça-feira (29) os gregos a votarem sim no referendo.

Infográfico Bolsas pelo mundo - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

Às 14h05 (de Brasília), o Ibovespa perdia 1,9%, para 52.988 pontos, seguindo o cenário internacional. O volume financeiro girava em torno de R$ 2,3 bilhões.

As Bolsas de Nova York mostravam baixas de mais de 1%. Na Europa, os principais índices acionários caíam mais de 2%, puxados pelos mercados de Milão (-5,17%), Paris (-3,74%), Frankfurt (-3,56%) e Madri (-4,56%).

O mercado asiático também operou em forte baixa em consequência da crise grega. A Bolsa de Xangai registrou queda de 3,34%, Tóquio perdeu 2,88%, Sydney caiu 2,23%, Seul 1,42% e Taipé 2,39%.

A Bolsa de Hong Kong fechou em baixa de 2,55%.

As negociações entre Atenas e os credores fracassaram no sábado e aproximaram a Grécia da suspensão de pagamentos (default), o que provoca temores sobre a saída do país da Eurozona.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, provocou espanto ao anunciar um referendo sobre as exigências dos credores, previsto para 5 de julho, após cinco meses de negociações com a União Europeia (UE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O plano de ajuda a Atenas terminará em 30 de junho e a Grécia não parece em condições de pagar € 1,5 bilhão ao FMI no mesmo dia.

O governo de Tsipras anunciou ainda o fechamento dos bancos até 6 de julho, com exceção para pensionistas, que poderão sacar dinheiro nesta quinta. A Bolsa de Atenas só voltará a reabrir no dia 7 de julho.


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