Folha de S. Paulo


Montadoras do RJ colocam 3.500 operários em férias coletivas e lay-off

Com as vendas fracas em todo o país, as montadoras do sul do Rio de Janeiro estão enviando 3.500 funcionários para casa este mês entre férias coletivas e lay offs —licença remunerada em que empresa e governo dividem o salário dos funcionários.

A fabricante de ônibus e caminhões MAN (marca Volks) decidiu nesta segunda-feira (15) antecipar de 6 de julho para o próximo dia 22 de junho o lay-off de 600 funcionários da fábrica de Resende, informou o sindicato. O retorno dos funcionários será só em novembro.

"A empresa nos chamou novamente porque tem 13 mil caminhões no pátio", disse André Kondylopoulos, diretor do sindicato dos metalúrgicos de Volta Redonda. Segundo ele, 800 trabalhadores do primeiro turno vão ter salário reduzido em 10%.

Já a PSA Peugeot Citroën, com fábrica em Porto Real, iniciou nesta segunda-feira (15) férias coletivas para 2.000 funcionários. Segundo a empresa, as férias coletivas estavam previstas desde o início do ano.

O Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense informou que, no início deste ano, a PSA Peugeot Citroën pretendia cortar o segundo turno da fábrica de Porto Real e que isso não aconteceu graças a um acordo.

"A montadora só pode cortar o segundo turno se a produção ficar abaixo de 60 mil unidades em um mês. A informação que tenho é que está em 72 mil unidades", disse Edmilson Alvarenga, sindicato de Volta Redonda.

Já a Nissan, com unidade em Resende, vai dar férias coletivas entre 24 de junho e 10 de julho. Segundo o sindicato, serão 900 pessoas. Em setembro do ano passado, a Nissan já fez lay-off para 279 empregados.

Em nota, a Nissan informou que as férias coletivas foram dadas em "função da redução da demanda do mercado automotivo brasileiro registrada nos últimos meses" e que não atrapalham o abastecimento das concessionárias.

Em outros Estados, medidas similares também vêm sendo tomadas. Na última terça-feira (11), a GM anunciou férias coletivas a 16,6 mil funcionários de cinco unidades —São Caetano do Sul, São José dos Campos, Mogi das Cruzes (em SP), Gravataí (RS) e Joinville (SC).

A assessoria de imprensa da MAN informou que o lay-off ocorre após medidas recentes de antecipação das folgas, férias coletivas e demissão voluntária.

"[As medidas] não foram suficientes para enfrentar a queda em vendas registrada nos primeiros cinco meses de 2015, perto de 40% em comparação com o mesmo período do ano passado", informou a empresa em nota.


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