Folha de S. Paulo


Sem acordo com Grécia, Bovespa opera em queda com Bolsas internacionais

O principal índice da Bolsa brasileira opera em queda nesta segunda-feira (15), acompanhando a baixa dos mercados no exterior, diante do impasse para um acordo entre Grécia e seus credores. A sessão também é influenciada pelo vencimento dos contratos de opções sobre ações, quando termina o prazo de papéis que apostam no valor futuro dos ativos.

Às 11h55 (de Brasília), o Ibovespa perdia 1,03%, para 52.797 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,6 bilhão. No mesmo horário, os mercados de ações da Europa tinham baixa de mais de 1%, enquanto nos EUA as Bolsas de Nova York recuavam por volta de 0,9%.

A Grécia e as instituições que representam os seus credores não conseguiram chegar a um acordo no domingo (14) para que o país possa receber mais ajuda financeira em troca de reformas até o fim do mês, quando poderá dar um calote da dívida se não conseguir novos fundos.

Nesta segunda, a Grécia disse que está pronta para retomar as negociações com seus credores a qualquer momento. "Estamos aguardando o convite das instituições e vamos responder, a qualquer momento, para retomar as negociações', informou comunicado do gabinete do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.

A queda do Ibovespa era influenciada principalmente por ações de bancos e da Vale. O Itaú perdia 1,77%, para R$ 32,61, enquanto o Bradesco recuava 2,12%, para R$ 27,18. O setor bancário é o segmento com maior participação dentro do Ibovespa.

Já a ação preferencial da Vale, mais negociada e sem direito a voto, cedia 2,01%, para R$ 17,52. O preço do minério de ferro no mercado à vista chinês recuou nesta segunda pelo segundo dia consecutivo. A China é o principal destino das exportações da mineradora brasileira.

Em sentido oposto, a Petrobras via seu papel preferencial subir 0,38%, às 11h55, para R$ 13,07. O banco americano JP Morgan elevou a recomendação aos papéis da estatal para "overweight" (acima da média do mercado), subindo o preço-alvo de R$ 11 para R$ 18 no fim do ano.

DÓLAR EM QUEDA

Apesar da aversão ao risco causada pelo impasse para um acordo entre Grécia e seus credores, o dólar tem queda em relação ao real nesta segunda-feira. A avaliação de operadores é que a expectativa pela entrada de recursos no Brasil, na esteira de captações de empresas e do aumento da taxa de juros, alivia a pressão sobre a cotação da moeda americana.

Às 11h55, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha baixa de 0,60% sobre o real, cotado em R$ 3,096 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, também cedia 0,60%, para R$ 3,100.

O mercado segue em alerta, no entanto, com o rumo dos juros nos Estados Unidos. As atenções se voltam para a reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central americano) nesta semana. A presidente do Fed, Janet Yellen, já sinalizou que a taxa deve voltar a subir ainda em 2015, após permanecer desde 2008 em seu menor nível histórico, entre zero e 0,25% ao ano.

Uma alta do juro americano deixaria os títulos do Tesouro dos EUA -que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco- mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias. A menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação da moeda americana para cima.

Investidores seguem monitorando também a postura do Banco Central brasileiro em relação às ofertas de swap cambial (operação que equivale à venda futura de dólares), após a autoridade monetária ter reduzido, na semana passada, a rolagem do lote de contratos que vence em julho. O BC rolou nesta segunda-feira 6.300 contratos de swap, em uma operação que movimentou US$ 308,9 milhões.

Com Reuters


Endereço da página: