Folha de S. Paulo


Cristina compara disputa com abutres à reclamação por Ilhas Malvinas

A presidente Cristina Kirchner comparou a disputa do governo argentino com os chamados fundos abutres à reclamação do país pela soberania das Ilhas Malvinas.

"Esse tema da dívida não é somente uma questão econômica ou financeira, mas é uma questão de subordinação política, para aplicar políticas neoliberais", disse ela, na data em que a Argentina estabeleceu no calendário reafirmar a soberania sobre o território, controlado pelo Reino Unido desde o século 19.

Para a presidente, acabou sendo acertada a insistência de não negociar com os fundos de investimento – que venceram na Justiça dos EUA o direito de cobrar uma dívida de US$ 1,7 bilhão do país.

A Justiça americana estendeu o direito a outros credores e, com isso, a dívida subiria para US$ 20 bilhões, segundo Cristina.

"Se pagássemos naquele momento, como defendiam alguns, teríamos que pagar agora US$ 20 bilhões ou emitir bônus [mais dívida]", afirmou. "Pagaríamos a 7% dos credores [uma quantia que representa] quase a metade do que receberam os demais 93%. Digam-me se isso é Justiça ou equidade".

"Recordar a história é o que toda a sociedade deve fazer para evitar cometer os mesmos erros. Por isso, nesse dia de reafirmação de soberania [das Ilhas Malvinas], não somente quero reafirmar a soberania territorial, mas também a dignidade política de um país e de uma sociedade", prosseguiu Cristina.

"Aqueles que querem subordinar economicamente a Argentina, quero dizê-los que há uma sociedade que sabe e compreendeu que somente a firmeza de um povo e de seus dirigentes é o que nos permitirá seguir crescendo".

O discurso da presidente foi transmitido em cadeia nacional, o 23º pronunciamento em menos de seis meses, o que equivale a uma média de uma aparição na TV a cada sete dias.


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