Folha de S. Paulo


HSBC faz acordo milionário para encerrar investigação na Suíça

REUTERS/Pierre Albouy
Sede do banco HSBC na Suíça
Sede do banco HSBC na Suíça

O HSBC fechou um acordo com as autoridades de Genebra e pagará 40 milhões de francos suíços (cerca de R$ 134,5 milhões) para encerrar a investigação sobre lavagem de dinheiro na divisão suíça no banco, no caso que ficou conhecido como Swissleaks. O banco não admitiu culpa no caso.

Essa é a maior punição financeira já imposta pelas autoridades de Genebra, segundo o promotor-chefe local, Olivier Jornot, que fez críticas à deficiência das leis do país para o sistema financeiro.

Em nota, o HSBC afirmou que investigação foi encerrada pela falta de evidencias que justificassem ações criminais. O pagamento, segundo o banco, é para compensar as autoridades por falhas organizacionais do passado e que o banco não será punido criminalmente.

Ainda no texto, o banco afirma que a investigação da promotoria identificou que nem o banco e nem os seus empregados são suspeitos de cometer nenhum crime atualmente.

"O Ministério Público de Genebra reconheceu o progresso que o banco fez nos últimos anos, incluindo melhorias nas suas funções de compliance, processos internos e tecnologia", disse o banco.

ENTENDA

O braço suíço do banco HSBC ajudou clientes milionários e criminosos condenados em escândalos de corrupção e por tráfico de drogas a sonegarem impostos e a esconderem milhões de dólares em investimentos, distribuindo produtos bancários não identificados e orientando sobre como escapar das autoridades do fisco, segundo um dossiê formado por informações bancárias vazadas.

Os dados –obtidos por meio da colaboração internacional de organizações de notícias, que inclui o "Guardian"– revelaram que o private bank (área de gestão de fortunas) do HSBC na Suíça:

1) rotineiramente permitia aos clientes retirarem maços de dinheiro em espécie, frequentemente em moedas estrangeiras sem uso na Suíça;

2) comercializava serviços para que clientes milionários evitassem impostos;

3) ajudava alguns clientes a dissimularem contas não declaradas (caixa 2);

4) fornecia contas bancárias para criminosos internacionais, homens de negócios corruptos e indivíduos considerados de alto risco.

No Brasil, a Receita Federal e a Polícia Federal estão apurando operações realizadas por brasileiros em contas secretas mantidas pelo HSBC na Suíça.

Segundo o blog do jornalista Fernando Rodrigues, do Brasil são 6.606 contas bancárias (que atendem a 8.667 clientes) e um valor movimentado entre 2006 e 2007 equivalente a cerca de R$ 20 bilhões.


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