Folha de S. Paulo


Apesar de alta do dólar, BC reduzirá intervenção no mercado de câmbio

O Banco Central deve manter em junho a mesma estratégia de intervenções no câmbio utilizada em maio. Apesar da tendência de valorização do dólar registrada nos últimos dias, a instituição sinalizou que vai renovar, durante o mês de junho, cerca de 80% dos US$ 8,74 bilhões em contratos de swap cambial que vencem no começo de julho.

Joedson Alves/Reuters
Alexandre Tombini, presidente do Banco Central
Alexandre Tombini, presidente do Banco Central

Esses contratos equivalem à venda futura de dólares e são o principal instrumento de intervenção cambial do governo.

Ao rolar apenas parte do vencimento, o BC reduz o estoque de contratos que estão no mercado. Com isso, contribuiu para elevar a demanda por dólares, em um momento em que a procura pela moeda puxa as cotações para cima.

Em abril, o BC renovou 100% dos papéis que já estavam na mão do mercado e venciam no começo do mês seguinte, um total de US$ 10,1 bilhões. Em maio, negociou cerca de 80% dos US$ 9,7 bilhões que vencem na próxima segunda (1º de junho).

Nesta sexta-feira (29), o BC anunciou o valor da operação de rolagem para segunda-feira (1º), que será de US$ 350 milhões. Se esse valor se mantiver durante todo o mês, como tem ocorrido, o estoque será reduzido em mais de US$ 1 bilhão a partir de julho. O estoque desses papéis está hoje no valor recorde de US$ 112,8 bilhões.

Nos contratos de swap cambial, o BC oferece ao mercado proteção contra a valorização do dólar. Quando a moeda norte-americana tem alta, o investidor é remunerado. Se o dólar cai, o BC tem ganho com a operação.

Foi o que ocorreu em abril. No mês, quando o dólar acumulou desvalorização de 6,09%, o BC teve um lucro recorde de R$ 31,8 bilhões com as operações. Em março, quando o dólar caiu, a perda tinha sido de R$ 34,5 bilhões, também recorde. A alta de quase 6% em maio deve gerar nova perda.


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