Folha de S. Paulo


Emergentes devem lidar bem com alta dos juros americanos, diz Fed

O vice-presidente do Fed (BC dos EUA), Stanley Fischer, afirmou que a entidade, antes de começar a elevar os juros, vai levar em consideração os efeitos da medida na economia global, mas disse que espera que os emergentes lidem bem com o aperto.

"O aumento da taxa de juros pode despertar novos surtos de volatilidade, mas a minha melhor estimativa é que a normalização de nossa política [monetária] será administrável por parte das economias emergentes", afirmou Fischer que comandou o banco central de Israel de 2005 a 2013 e foi vice-diretor-gerente do FMI de 1994 a 2001.

Yuri Gripas/Reuters
Stanley Fischer, vice-presidente do Fed (BC americano)
Stanley Fischer, vice-presidente do Fed (BC americano)

Os EUA estão com os juros praticamente zerados desde 2008 e a expectativa é que eles retomem a trajetória de alta no segundo semestre.

As incertezas sobre os rumos da política monetária têm provocado turbulência no câmbio de diversos países, especialmente a partir de 2013, período em que o banco Morgan Stanley cunhou a expressão "cinco frágeis" para designar os países, na sua avaliação, mais frágeis às mexidas do Fed: Brasil, Indonésia, Índia, África do Sul e Turquia.

Para Fischer, os emergentes, nas últimas duas décadas, reduziram as vulnerabilidade externas, devido a medidas como inflação menor, reservas maiores em moeda estrangeira e melhor regulação do sistema bancário.

Ele ressaltou, porém, que alguns desses países ainda têm problemas estruturais e, por isso, podem sofrer mais com alta do Fed, mas que não parece haver risco generalizado para a estabilidade financeira global.


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