Folha de S. Paulo


Sem obra, 'só com dilúvio', diz diretor do DH

Após duas propostas serem recusadas, o DH (Departamento Hidroviário) de São Paulo quer fazer uma ensecadeira –espécie de barragem de terra– temporária para fechar o canal de Pereira Barreto e permitir a volta da navegação em metade da hidrovia Tietê-Paraná.

A obra está em fase de análise. Segundo o diretor do DH, Casemiro Tércio Carvalho, a proposta fecharia o canal com a água disponível em Promissão e Barra Bonita, guardando água na represa de Três Irmãos. O nível subiria, e as barcaças teriam condições de navegar.

O assunto está em discussão com o ONS (Operador Nacional do Sistema). Se aprovado, terá um custo de R$ 2 milhões e deverá permitir a navegação a partir de novembro.

"Se não for possível, teremos de sentar e esperar Noé chamar Deus e avisar que teremos um dilúvio. Nem São Pedro ajuda mais. Não existe cenário de chuvas que possa recuperar o reservatório em um único período chuvoso."

Ainda que a obra saia do papel, não será unanimidade. Um grupo de empresários goianos é contra, pois ela não contemplará toda a hidrovia, que atinge todo o Tietê, além de Mato Grosso do Sul e Paraná.

"Estamos em um cenário crítico, [ao ponto de] escolher um para sobreviver. Isso foi nossa atitude técnica", disse.

Em 2014, foram feitas duas propostas, ambas rechaçadas pelo ONS com o argumento de que precisa da água para ter segurança energética.

Proprietário da DNP Indústria e Navegação, o empresário Nelson Michielin disse que a alternativa para reabrir parcialmente a hidrovia é a única possível no momento.


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