Folha de S. Paulo


Mercedes diz que terá de demitir 500 no ABC após fracasso no PDV

Menos de um mês após os trabalhadores da Mercedes-Benz encerrarem uma greve em São Bernardo do Campo (SP), em razão da tentativa da montadora de demitir 500 funcionários, a empresa anunciou novo período de férias coletivas a fim de ajustar a produção à retração das vendas.

Por um período inicial de 15 dias, cerca de 7.000 empregados que produzem caminhões, ônibus, câmbio e motor devem permanecer em casa a partir de 1º de junho. A fábrica emprega, no ABC paulista, 10,5 mil pessoas, entre horistas e mensalistas.

Fabio Braga/Folhapress
Pátio de montadora lotado de automóveis
Pátio de montadora lotado de automóveis

Desde junho de 2014, a Mercedes mantém um grupo de 750 funcionários em "lay-off" (suspensão temporária do contrato de trabalho) em São Bernardo, além de ter já adotado medidas como semanas curtas (com quatro dias de produção), folgas coletivas, licenças remuneradas, "lay-offs" e programas de demissão voluntária para enfrentar a queda de até 40% nas vendas de caminhões e ônibus.

Como o PDV encerrado na semana passada teve baixa adesão (a empresa não divulgou números), a montadora informou que "precisa encerrar 500 contratos de trabalho do grupo hoje em 'lay-off' até o dia 29".

Na última tentativa de dispensar esse grupo, a montadora enfrentou uma greve de uma semana, no fim de abril. As demissões foram suspensas. Outros 250 empregados, com estabilidade por serem portadores de doenças profissionais, estão com contratos de trabalho suspensos até o fim de setembro.

Na unidade da Mercedes em Juiz de Fora (MG), cerca de cem operários também estão afastados temporariamente até o fim deste mês.

A companhia já informou que, além do grupo de 750 afastado da empresa, existe um excedente de 1.750 trabalhadores na empresa.

OUTRAS MONTADORAS

Na Ford, 2.400 empregados das linhas de produção de carros e caminhões da fábrica de São Bernardo (SP) estão em férias coletivas desde o dia 11 deste mês. A previsão é retornar à unidade na segunda-feira, dia 25. Um grupo de 200 operários está com contrato de trabalho suspenso por cinco meses.

Desde o dia 11 deste mês, a Fiat também concedeu férias coletivas para 2.000 funcionários de sua fábrica em Betim (MG) por 20 dias.

A Volkswagen deixou cerca de 8.000 em casa, em férias coletivas, no início deste mês, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Na GM (General Motors) de São Caetano, cerca de 900 funcionários, segundo o sindicato da categoria, devem entrar em "lay-off" a partir desta semana por um prazo de cinco meses. Em São José dos Campos (SP), outro grupo de cerca de 800 empregados está com contrato suspenso até agosto.


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