Folha de S. Paulo


Índia está mais preparada que Brasil para alta de juros nos EUA, diz banco

Se o Fed (Banco Central dos EUA) elevar os juros, como esperado, quais moedas de países emergentes ficarão mais expostas?

O Goldman Sachs desenvolveu uma escala de vulnerabilidade que combina o saldo das transações de um país com o exterior (deficit ou superavit em conta-corrente), e seu saldo interno, medido pelo ritmo de inflação.

O cálculo mostra que os "cinco frágeis" –África do Sul, Brasil, Índia, Indonésia e Turquia, os mais prejudicados dois anos atrás, quando o Fed começou a desmontar seu programa de estímulos– podem já não estar tão expostos.

Michael Reynolds/Efe
Janet Yellen, presidente do Fed (BC dos Estados Unidos)
Janet Yellen, presidente do Fed (BC dos Estados Unidos)

São os casos de Índia, que tem um deficit em conta-corrente inferior ao que o Goldman Sachs calcula como sustentável, e Indonésia, que está perto do nível sustentável.

Brasil, África do Sul e Turquia, porém, estão operando com deficit muito superiores.

No caso da inflação, o Brasil é mais uma vez um exemplo negativo, com índice de preços bem assim da meta, assim como Turquia e Indonésia. Em contraste, as inflações indiana e sul-africana estavam dentro dos limites.

Por esses dados, o Brasil se destaca por estar muito mais vulnerável agora do que na véspera dos tumultos de 2013.

A inflação está mais de três pontos percentuais acima do centro da meta, e o deficit em conta-corrente é quase 1% do PIB mais alto do que era dois anos atrás. Resultado bem diferente do da Índia, que trabalhou pesado para combater esses dois desequilíbrios.

É importante lembrar que essa análise mostra apenas o momento. A moeda brasileira vem se recuperando pelos últimos dois meses, e a da Índia está caindo. Sinais de uma mudança de sentimento? Ou de que os investidores compraram ou venderam mais do que deveriam?


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