Folha de S. Paulo


Economistas criticam primeiro mandato de Dilma Rousseff

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Economistas de escolas de pensamento opostas, Samuel Pessôa e Luiz Gonzaga Belluzzo concordam que a presidente Dilma Rousseff cometeu erros durante o seu primeiro mandato (2011-2014), que ajudam a explicar a atual crise econômica.

Mas a convergência de opinião entre os dois para por aí. Pessôa e Belluzzo têm opiniões distintas tanto sobre quais foram os principais erros de política econômica quanto sobre as medidas necessárias para que o país retome o crescimento.

O debate entre Pessôa, professor da FGV e colunista da Folha –de linha mais ortodoxa–, e Belluzzo, professor aposentado da Unicamp e colunista da revista "Carta Capital" –de vertente heterodoxA–, ocorreu nesta quarta-feira (13), em evento promovido pelo Cebrap em parceria com a Folha.

Jorge Araújo/Folhapress
Samuel Pessôa (à esquerda) e Luiz Gonzaga Belluzzo, em debate realizado em São Paulo
Samuel Pessôa (à esquerda) e Luiz Gonzaga Belluzzo, em debate realizado em São Paulo

Para Pessôa, Dilma errou ao adotar em seu primeiro mandato políticas de intervenção na economia que fizeram a produtividade despencar. "Tivemos intervenção ruim no setor elétrico; outra no setor de petróleo e impactos ruins de uma política de controle de preços."

Já Belluzzo criticou a presidente por não ter adotado medidas para desvalorizar a taxa de câmbio. O economista defendeu a adoção de uma agenda com essa finalidade para recuperar a produtividade da indústria e o crescimento econômico.

Pessôa disse concordar com os cortes de gastos públicos propostos pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e acreditar que também será necessário um aumento na carga tributária de 2 a 2,5 pontos percentuais do PIB (Produto Interno Bruto).

Para que a economia se recupere de forma sustentável, no entanto, o economista acredita que será necessário um debate com a sociedade para rever o alto comprometimento do Estado brasileiro com benefícios sociais.


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