Folha de S. Paulo


Acionistas da OAS devem R$ 100 milhões a companhia

Os acionistas da OAS possuem uma dívida de R$ 100 milhões com a companhia. A informação faz parte de relatório entregue aos credores do conglomerado. Segundo o documento, a dívida foi contraída por volta de 2005.

Parte do dinheiro já foi pago, mas ainda é preciso devolver R$ 100 milhões aos cofres da empresa. O acordo vigente é que este saldo será pago em três parcelas a partir de 2017.

Segundo o grupo, a dívida é composta por obrigações de empresas "que estavam em fase não operacional; logo, sem capacidade de gerar caixa para arcar com esse passivo".

Devido à incapacidade de pagamento, diz a nota, os acionistas assumiram a obrigação.

Diante da situação financeira da OAS, que pediu recuperação contra os credores para afastar o risco de falência, o montante é significativo.

É mais do que vale hoje, por exemplo, a OAS Soluções Ambientais ou a participação da companhia no Estaleiro Enseada Paraguaçu (veja quadro).

Os dois ativos foram colocados à venda como parte do plano para tentar salvar o grupo da falência.

A dívida dos acionistas é equivalente, por exemplo, ao que o grupo tem a pagar à gestora Vinci Partners ou ao banco HSBC, segundo informações do documento assinado pela FTI Consulting.

SÓCIOS

A OAS é controlada pelo empresário César Mata Pires, que tem a maior parte das ações. Segundo o grupo, ele é responsável por 90% da dívida original (de R$ 264 milhões) e os 10% restantes dão de seu sócio Leo Pinheiro –um dos quatro executivos que chegaram a ser presos pela Operação Lava Jato.

No plano de negócios, a OAS não incluiu o recebimento dessa dívida.

Segundo o grupo, "inúmeras discussões sobre o plano de recuperação ainda não ocorreram. No momento oportuno, o tratamento desse tema será definido".


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