Falta de recursos foi a principal razão para a Caixa reduzir o limite de financiamento na compra de imóveis usados.
O governo afirma que a medida foi tomada para estimular a aquisição de residências novas, investimento que gera empregos e ajuda a girar a economia, em um quadro de recessão. Mas, segundo a Folha apurou com integrantes da equipe econômica, essa justificativa explica mais o efeito do que a causa.
A razão para a restrição, argumentaram técnicos ouvidos pela reportagem, vem das crescentes altas na taxa de juros, que tornaram a caderneta de poupança menos atrativa nos últimos meses.
Com a elevação da taxa Selic (referência para toda a economia), a poupança tem captado cada vez menos, e isso reduz a fonte de dinheiro para a habitação.
As atuais taxas de juros já superaram o patamar do início do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, quando ela usou os bancos públicos para forçar as instituições financeiras privadas a também reduzir os juros.
O Planalto quer concentrar a atuação da Caixa no financiamento de imóveis novos e do Minha Casa Minha Vida, programa habitacional para pessoas de baixa renda, numa tentativa de conter demissões na construção civil e manter em operação uma de suas principais bandeiras na última eleição.