Folha de S. Paulo


Mercedes cancela demissões e trabalhadores suspendem greve

Os metalúrgicos da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (SP) suspenderam nesta segunda-feira (27) greve iniciada no dia 22. A decisão foi tomada após a empresa suspender a demissão de 500 dos 750 trabalhadores que estavam com os contratos suspensos até 30 de abril (o chamado "lay-off").

A fábrica da Mercedes no ABC paulista tem cerca de 10,5 mil funcionários e produz ônibus e caminhões. A montadora comunicou no dia 17, em nota, a demissão dos trabalhadores em 4 de maio, e informou que, além dos 750 empregados que estavam em "lay-off", há um excedente de 1.200 funcionários na unidade.

Nesta segunda, porém, a Mercedes prorrogou o "lay-off" até o dia 15 de junho e iniciou a abertura de um novo PDV (Programa de Demissão Voluntária) para todos os trabalhadores da fábrica.

"Em 18 de maio já tem negociação marcada do Sindicato com a empresa para avaliar o resultado do PDV. Se o resultado reduzir e der conta de administrar o excedente, estará resolvido. Se não, haverá nova negociação e a mobilização será retomada com a mesma força e garra", diz o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, em nota divulgada pela entidade à imprensa.

RETRAÇÃO DAS VENDAS

Apesar de prorrogar o "lay-off" , a Mercedez diz não ter condições de manter o número de funcionários em São Bernardo do Campo por causa da situação atual do mercado.

"Lembramos que a Mercedes-Benz não tem como manter o excesso de pessoas na fábrica de São Bernardo do Campo, sendo 750 hoje em Lay-off e outro excedente de de 1.200 pessoas gerado neste ano devido a forte retração das vendas de veículos comerciais no país", diz a Mercedes-Benz.

O "lay-off" é um instrumento pelo qual o trabalhador tem seu contrato de trabalho suspenso, passando a receber o seguro-desemprego mais a complementação do salário, paga pela empresa, durante período máximo de cinco meses.

Além das negociações com a empresa, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC cobra também do Governo Federal ações de estímulo à economia e proteção aos trabalhadores. Na semana passada, a entidade encaminhou ofícios aos ministérios da Fazenda, Trabalho, Desenvolvimento Econômico à Secretaria Geral da Presidência da República solicitando urgência na adoção do PPE (Programa de Proteção ao Emprego).


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