Folha de S. Paulo


Maior risco ainda é cálculo errado de orçamento

Para financiar um carro usado, não adianta olhar só se a prestação cabe no bolso.

O cálculo tem de considerar o orçamento, mas também deve-se incluir nessa conta gasto com IPVA, seguro, uma reserva para manutenção, já que o veículo usado exige reparos com maior frequência, e gasto mensal com combustível, além de verificar prazo e juros de financiamento.

"O endividamento ainda ocorre porque o consumidor erra ao dimensionar a capacidade de pagamento. A prestação pode ser baixa, mas ele tem de fazer uma reserva para os gastos indiretos", diz Nicola Tingas, economista da Acrefi. "O acho que vai dar muitas vezes não dá."

Para os representantes do setor de usados, se o consumidor conseguir dar entrada de cerca de 30% do valor total deve conseguir juros menores. "À medida que a entrada aumenta, diminui o risco para a instituição que empresta o dinheiro, e as condições melhoram para o cliente", diz Ilídio dos Santos, presidente da Fenauto.

Como parte das montadoras concede até cinco ou seis anos de garantia, ele diz que quem compra um carro com três ou quatro anos de uso sai "ganhando" duplamente. "É bom conferir, porque além da garantia da loja, ainda há um prazo de mais um ou dois anos do fabricante."

Além de verificar se a documentação está em dia, incluindo o pagamento do IPVA e do licenciamento, os especialistas recomendam checar o certificado de registro do veículo. Nele deve constar o nome da loja (pessoa jurídica) ou do vendedor (pessoa física). Se estiver em nome de terceiros, desconfie, alertam.

O Procon-SP aconselha o consumidor a fazer um termo de compromisso em que a loja ou vendedor (pessoa física) se responsabilize por multas, débitos de impostos e financiamentos existentes antes da data da compra e conferir se o ano de fabricação ou do modelo do carro coincide com o do registrado no lacre do Detran, na placa traseira.


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