Folha de S. Paulo


Credores estão renegociando com usinas empréstimos a elétrica de Eike

O BNDES e os demais credores das usinas estão renegociando diretamente seus empréstimos com as controladas da Eneva, dando mais prazo para as empresas pagarem suas dívidas. A empresa confirmou as renegociações e frisou que "todas as usinas estão adimplentes com seus pagamentos".

A negociação com o BNDES é a mais delicada e ainda está em curso. O banco concedeu empréstimos para as usinas de Itaqui, Pecém 1, Pecém 2, Paranaíba 1 e Parnaíba 2. Em pelo menos um caso, dilatou por um ano e meio o prazo de carência de um empréstimo em troca de juros um pouco mais altos.

Editoria de arte/Folhapress

Conforme consta nas notas explicativas do balanço da Eneva, a usina de Pecém 2 deveria ter começado a pagar o BNDES em junho de 2014. Agora, começará a quitar o empréstimo em dezembro de 2015. Os juros subiram de TJLP (taxa de longo prazo do banco) mais 2,18% para TJLP mais 3,14%.

São credores das usinas três bancos estatais (BNDES, Caixa e Banco do Nordeste), dois privados nacionais (Itaú e Bradesco) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Entre os credores, Bradesco, Itaú e Caixa concordaram em postergar os vencimentos e receber seu dinheiro em parcelas a partir deste ano. Procurada, a Caixa não deu entrevista e disse que "segue as boas práticas de mercado, inclusive em casos de recuperação judicial, para proteção dos seus interesses".

O processo de renegociação das usinas ocorre fora da recuperação judicial e em melhores condições que as dos credores da holding. A Folha apurou que o processo de recuperação judicial da holding foi detonado por Citibank e HSBC (que vendeu seu crédito para o BTG), que não quiseram rolar as dívidas da empresa.

A Eneva apresentou seu plano de reestruturação da dívida da holding à Justiça, e Itaú BBA, BTG e Citibank serão obrigados a se tornarem sócios da companhia se não quiserem perder seu dinheiro.


Endereço da página:

Links no texto: