Folha de S. Paulo


Greve dos caminhoneiros entra no 2º dia com 23 bloqueios em 6 Estados

Caminhoneiros bloqueiam parcialmente 23 trechos em rodovias de seis Estados –Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Ceará e São Paulo –na manhã desta sexta-feira (24).

A categoria realiza um movimento, que entra em seu segundo dia de greve, contra o governo federal, que não aceitou fixar uma tabela com fretes mínimos, reivindicação dos motoristas pedida desde os protestos de fevereiro e março.

Na quinta-feira, foram registrados bloqueios em seis Estados –Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Ceará e Mato Grosso.

Editoria de Mercado/Folhapress

No auge dos protestos do começo deste ano, os caminhoneiros interditaram parcialmente 129 trechos em 14 Estados.

CEARÁ

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, caminhoneiros BR-116 fazem um bloqueio no km 213, em Tabuleiro do Norte.

MATO GROSSO

De acordo com o balanço da PRF, os 13 bloqueios em estradas sob sua jurisdição se concentram em sete pontos de Mato Grosso. Lá, apenas caminhões são impedidos de seguir viagem. Outros veículos têm passagem liberada.

Há na BR-163 bloqueios nos km 686, em Lucas do Rio Verde; km 598, em Nova Mutum; km 748, em Sorriso; e km 1058, em Guarantã do Norte.

Na BR-364, há bloqueio no km 200 e no km 206, em Rondonópolis; e no km 615, em Diamantino.

MATO GROSSO DO SUL

A Polícia Rodoviária Federal do Mato Grosso do Sul informou via sua conta oficial do twitter que aproximadamente 100 manifestantes realizaram um bloqueio no km 466 da BR-163, em Campo Grande, na saída para o município Dourados.

Somente veículos de passeio, carga perecível e viva eram liberados para trânsito.

PARANÁ

No Paraná, são dois bloqueios parciais em estradas federais: na BR-163, em Barracão, e na BR-476, em Toledo, segundo a PRF. Os outros pontos são na BR-116, em Tabuleiro do Norte (CE), e na BR-163, em Campo Grande (MS). Não foram registrados conflitos ou acidentes, por enquanto.

Segundo o Batalhão de Polícia Rodoviária da Polícia Militar do Paraná informou às 11h10, o Estado tem quatro pontos com intervenções de caminhoneiros em estradas estaduais.

Todos os bloqueios são focados em caminhões, ou seja, o fluxo está liberado para veículos de passeio ou emergência.

Os pontos atingidos são o km 27 da PR-092, no município de Itaperuçu; o km 296 da PRC-487, município de Manoel Ribas; o km 460 da PR-182, município de Realeza; e o km 175 da PR-280, município de Clevelândia.

RIO GRANDE DO SUL

No Rio Grande do Sul, são três pontos de bloqueio em estradas federais: um na BR-472, em Santa Rosa, um na BR 101, no município de Três Cachoeiras, e outro na BR-386, em Boa Vista das Missões. Nesse último, os manifestantes atearam fogo em pneus na rodovia. A neblina e a fumaça prejudicam a visão no local.

Seis trechos chegaram a ser bloqueados em rodovias estaduais sob comando do Comando Rodoviário do Rio Grande do Sul.

Em um deles, no km 65 rodovia ERS-155, município de Santo Augusto, cerca de 60 pessoas e 15 caminhões realizaram a interdição.

Às 16h30, este era o único bloqueio em rodovias estaduais contabilizado pelo Comando Rodoviário.

SÃO PAULO

Segundo a assessoria de imprensa da concessionária CCR Nova Dutra, um grupo interditou a partir das 15h30 a Rodovia Presidente Dutra no sentido Rio de Janeiro, na altura do km 222, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

Os cerca de 25 caminhoneiros haviam se reunido no posto Presidente 2 do km 223 e fecharam a via com cerca de 20 pneus, deixando apenas carros pequenos e alguns ônibus passarem.

Caminhões eram parados, mas alguns seguiram trajeto passando por cima dos pneus.

O protesto foi interrompido por duas viaturas da Polícia Rodoviária Federal. Os policiais conseguiram convencer os caminhoneiros a liberarem a pista e, às 15h55 negociava com o grupo.

A lentidão foi de apenas 1 km, afirma a CCR.

Houve manifestação também na rodovia Fernão Dias. Um grupo de caminhoneiros bloqueou parte da pista no sentido São Paulo, na região de Guarulhos. Apenas caminhões foram impedidos de seguir viagem. Outros veículos tiveram passagem liberada.

Manifestantes chegaram a atear fogo em pneus na altura do km 89.

Segundo a Arteris, que administra a rodovia, a lentidão foi de 5 km, do km 84 até o km 89.

CAUSAS DA PARALISAÇÃO

O anúncio de que o governo não atenderia ao pedido dos profissionais foi feito pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, na quarta (22). Grandes empresas eram contra a tabela mínima.

Após o anúncio, cerca de 50 representantes da categoria saíram do auditório da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) aos gritos de "O Brasil vai parar". Vários deles se articulam com outros líderes por mensagens de texto e redes sociais.


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