Folha de S. Paulo


Trabalhadores da Mercedes entram em greve em São Bernardo

Os metalúrgicos da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (SP) aprovaram em assembleia nesta quarta-feira (22) uma greve por tempo indeterminado contra o anúncio de demissão de 500 dos 750 trabalhadores que estavam com os contratos suspensos até 30 de abril (o chamado "lay-off").

A fábrica da Mercedes no ABC paulista tem cerca de 10,5 mil funcionários e produz ônibus e caminhões. A montadora comunicou na sexta-feira, em nota, a demissão dos trabalhadores em 4 de maio, e informou que, além dos 750 empregados que estavam em "lay-off", há um excedente de 1.200 funcionários na unidade.

Também em nota, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, afirmou hoje que, após dois anos de negociações com a montadora, a entidade não aceitará "demissões sumárias". "Estão terceirizando o anúncio de demissões pela imprensa", disse.

"Cada vez que os trabalhadores aceitam o jeito de a empresa gerir o pessoal, hoje falam em 500 companheiros, amanhã podem demitir mais 500 e assim por diante. Não podemos aceitar e a nossa reação será à altura", acrescentou.

Já o diretor administrativo do sindicato, Moisés Selerges, afirmou que a entidade vai cobrar do governo federal as propostas do Programa Nacional de Renovação da Frota de Caminhões e o Programa Nacional de Proteção ao Emprego.

"É importante ter inteligência, discutir e buscar alternativas até a exaustão. Sabemos que a economia é um ciclo e já teve ano em que trabalhamos aos sábados, um mês a mais no ano, para a empresa mandar os lucros para a matriz na Alemanha", afirmou.


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