Folha de S. Paulo


Empresas liberam cães e gatos no escritório para melhorar ambiente; veja fotos

Antes de ligar o computador e ler e-mails, o primeiro a chegar na Absoluto Comunicação, em São Paulo tem a digna tarefa de limpar e colocar para fora as caixas de areia de Mutante, 6, e Yoda, 5, no jardim do escritório.

Diferentemente de outras empresas que permitem a funcionários levar eventualmente seu pet ao trabalho, na Absoluto os dois gatos persas moram na sede da empresa -e, como todo gato, são eles que mandam no território.

Lívia Pretti, 31, sócia da empresa, diz que os funcionários são orientados a beber água em garrafas, porque os gatos quebram os copos. E, por melhor que seja um candidato a uma vaga, se ele for alérgico, entre ele e os gatos, ficam os gatos.

"Às vezes eles sentam na frente da tela, em cima do teclado. Já aconteceu de deletar e-mail. Mas é gostoso, deixa o ambiente mais descontraído", afirma Renata Arcoverde, 28, que gostou tanto da convivência com os bichos que adotou a gata Pandora.

Segundo Pretti, os animais foram trazidos para a Absoluto para serem uma válvula de escape nos momentos de estresse. Hoje, eles são também uma forma de marketing -na página no Facebook da empresa, os gatos dominam.

Já na Colletivo Design, em São Paulo, a presença dos animais não foi premeditada.

"Você está louca? Como traz um cachorro sem avisar a gente?", foi o que Vanessa Queiroz, 38, ouviu quando chegou no trabalho com a golden Bumi, há oito anos.

Segundo Queiroz, a revolta não durou dez minutos. Logo estavam todos brincando com a cadela, ainda filhote.

Hoje, mais quatro cachorros também passeiam pela empresa -incluindo Geni, vira-lata de um ano adotada por um sócio de Vanessa.

"Na hora do almoço eles ficam entre as mesas pedindo comida. Parece que de certa forma você está na sua casa."

É preciso bom senso, contudo, para que a presença dos animais não atrapalhe a rotina de trabalho. Na Colletivo, quem leva o cachorro tem que limpar as fezes e a urina, além de cuidar para que ele não fique latindo quando alguém estiver ao telefone.

Por isso, cachorros muito agitados não são bons colegas de trabalho. André Nardini, 28, resolveu levar seu bulldog francês Buda à Sherman, fábrica de filmes ópticos, em Campinas, seguindo o exemplo do chefe, que leva uma vez por mês dois cachorros de grande porte.

Ele nunca mais repetiu a experiência porque Buda não conseguia ficar parado.

Frederico Lacerda, 28, da aceleradora de start-up carioca 21212, teve problema semelhante com seu border collie. "O Zeca causa demais. Quando vem, corre de um lado para o outro. Eu preciso ficar de olho nele, o que atrapalha."

Para ele, a convivência com Gorila, o pug de seu sócio, é mais harmoniosa.

"Os cachorros trazem uma energia positiva, criam um espaço mais bacana para trabalhar. Isso contamina todo mundo."


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