Folha de S. Paulo


PwC começa a auditar balanço da Petrobras; conselho vota no dia 22

O conselho de administração da Petrobras vai se reunir no próximo dia 22 para avaliar as demonstrações financeiras em atraso da companhia, já com o aval dos auditores independentes.

A expectativa é divulgar o balanço do terceiro trimestre de 2014 e o resultado anual após a aprovação do conselho, informou a petroleira em comunicado ao mercado divulgado nesta segunda (13).

Segundo a Folha apurou, a PWC, que vinha se recusando a assinar o balanço, já está auditando os números.

A auditoria só iniciou o trabalho após a SEC (órgão regulador do mercado nos Estados Unidos) ter aprovado a metodologia que será utilizada pela Petrobras para calcular as perdas provocadas pela corrupção descoberta na Operação Lava Jato.

A estatal pretende ajustar o valor dos seus ativos, mas ele só aparecerá de forma individualizada no caso dos que tenham sido postos à venda ou paralisados. A baixa contábil deve ficar muito abaixo dos R$ 88 bilhões estimados anteriormente.

Editoria de arte/Folhapress

Além disso, a Petrobras deve esclarecer nas notas explicativas que perdeu de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões em propina paga pelos fornecedores a ex-funcionários, conforme depoimentos de delatores do esquema à Polícia Federal.

A Petrobras não consegue divulgar seu balanço desde o terceiro trimestre do ano passado por falta de aval do auditor independente. Por não cumprir essa obrigação, a empresa está sobre forte escrutínio do mercado e corre risco de vencimento antecipado de suas dívidas.

As ações da Petrobras tiveram forte alta pelo terceiro dia consecutivo, com a perspectiva de divulgação do balanço auditado. Os papeis preferenciais (mais negociados e sem direito a voto) subiram 3,81%, para R$ 12,27, enquanto os ordinários (com direito a voto) tiveram alta de 4,99% para R$ 12,42.

Desde que atingiram seu menor patamar em dez anos, em 30 de janeiro, as ações da petrolífera já se valorizaram em mais de 50%. Os papéis preferenciais acumulam ganho de 50%, e os ordinários têm valorização de 54,5%.

"Para nós, não interessa se a baixa contábil é alta ou baixa. O que nós queremos é o balanço assinado pelo auditor e com aval da SEC", disse à Folha Daniela da Costa-Bulthuis, gestora de mercados emergentes da Robeco e porta-voz de um grupo de 14 grandes fundos estrangeiros que possuem ações e títulos de dívida da Petrobras.

BRASKEM

Agências de notícias divulgaram ontem que a Petrobras quer se desfazer de sua participação na petroquímica Braskem, mas que o negócio ainda é "embrionário".

Em comunicado divulgado à noite, a estatal não negou a informação e disse que sua lista de ativos à venda pode mudar dependendo das condições do mercado.


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