Folha de S. Paulo


Indústria de São Paulo produz 8,5% menos do que em fevereiro de 2014

A produção da indústria caiu em fevereiro deste ano, em relação à do mesmo mês de 2014, em 12 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE. Em São Paulo, principal polo industrial do país, a retração foi de 8,5%, resultado um pouco melhor do que média nacional (-9,1%).

Os dados são da pesquisa industrial regional, realizada pelo instituto.

A comparação com 2014 do indicador é a que mostra um retrato mais fiel da indústria, que sofre com a fraca confiança de empresários e consumidores diante de juros altos, inflação pressionada, crédito mais restrito e caro e piora do mercado de trabalho.

Pesquisa industrial do IBGE

Em fevereiro, houve o efeito de o mês ter, neste ano, dois dias úteis a menos. A situação, porém, não inverte a tendência de quedas significativas, segundo o IBGE.

Espírito Santo (25,6%) apresentou o avanço maior na comparação entre fevereiro de 2015 e de 2014, impulsionado pelo setores extrativos (minérios de ferro e petróleo).

As maiores quedas foram registradas na Bahia (-23,2%) e no Amazonas (-18,9%), pressionados setores de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis e de equipamentos de informática e itens eletrônicos e ópticos, respectivamente.

Também houve quedas expressivas no Paraná (-15%), Rio Grande do Sul (-13,7%), Rio de Janeiro (-11,8%), Região Nordeste (-11,1%) e Minas Gerais (-10,6%).

Esses fatores postergam decisões de consumo e investimento e devem levar, segundo analistas, a indústria a uma nova retração neste ano.

QUEDAS OCORREM TAMBÉM EM 12 MESES

No acumulado em 12 meses –a comparação entre um mês de um ano e o mesmo do ano anterior conta 13 meses–, 11 dos 15 locais pesquisados registraram queda.

Na média, a perda foi de 4,5%, resultado negativo mais intenso desde janeiro de 2010. Regionalmente, os destaques negativos ficaram com Amazonas (8,6%), Paraná (8,3%) e Bahia (4,9%). Com alta de 10%, o Espírito Santo mostrou o maior avanço.

Nas comparações com 2014, existem dados para 15 regiões, incluindo o Mato Grosso. O números para esse Estado não são divulgados na taxa mês contra o mês anterior porque a série histórica é curta e não permite o ajuste sazonal, método para minimizar os efeitos típicos de cada mês do ano.

COMPARAÇÃO ENTRE FEVEREIRO E JANEIRO DE 2015

De janeiro para fevereiro, a industria produziu menos em seis dos 14 locais pesquisados pelo IBGE –Mato Grosso fica de fora das séries históricas curtas–, com destaque para as perdas no Rio de Janeiro (-7,1%) e na Bahia (-6,4%), ambas mais acentuadas do que a queda de 0,9% na média nacional. Em São Paulo, principal polo industrial do país, houve uma leve alta de 0,3%. O maior crescimento ficou com o Pará (3,4%), beneficiado pela produção de minério de ferro.


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