Folha de S. Paulo


Mais fundos americanos e europeus abrem ações contra Petrobras

Após uma onda de ações coletivas de investidores contra a Petrobras na Justiça dos EUA, a estatal brasileira sofre agora com um novo problema: fundos americanos e europeus estão optando por deixar o processo coletivo e entrar com ações individuais contra a empresa.

Nas últimas duas semanas, surgiram três novos processos contra a companhia na Corte de Nova York, todos com o propósito de recuperar as perdas de investidores que aplicaram em ADRs (recibos de ações na Bolsa de NY) e títulos da dívida da empresa.

O primeiro deles é movido pela gestora de fundos Skagen, da Noruega, o grupo Danske, com subsidiárias na Dinamarca e em Luxemburgo, e a também gestora Oppenheimer, dos EUA. As outras duas ações são de autoria do grupo de fundos norte-americano Dimensional e de seis fundos de pensão da cidade de Nova York.

E, de acordo com o jornal "Financial Times", mais investidores institucionais pretendem fazer o mesmo nas próximas semanas. O fundo de pensão do governo da Suécia AP1, que administra US$ 30 bilhões (R$ 94 bilhões), confirmou à publicação que tomará medidas legais contra a estatal brasileira.

Outros fundos que operam no mercado europeu também estudam opções para ressarcir os investidores.

No último ano, a ADR ordinária da Petrobras –a mais negociada no mercado norte-americano– teve desvalorização de 48,6%, vendida agora a US$ 6,76 (R$ 21,28).

INDENIZAÇÃO MAIOR

A opção por trocar a ação coletiva pela individual mostra, segundo advogados ouvidos pelo "FT", a confiança dos investidores no potencial de ganho dos processos. Individualmente, eles podem aumentar o valor recebido –o que também representaria maior dano financeiro para a Petrobras.

Desde dezembro, cinco ações coletivas foram registradas nos EUA contra a companhia. Elas foram unidas em um só processo, liderado pelo fundo de pensão britânico USS (Universities Superannuation Scheme).

Na semana passada, o juiz responsável pelo processo, Jed Rakoff, autorizou a entrada de dois queixosos adicionais na liderança da ação: a gestora Union Investment, da Alemanha, e o fundo de pensão do Estado do Havaí.


Endereço da página: