Folha de S. Paulo


Criação de empregos nos EUA é a menor desde dezembro de 2013

A geração de empregos nos Estados Unidos ficou abaixo do resultado que se previa em março, surpreendendo o mercado. De acordo com dados do Departamento do Trabalho divulgados nesta sexta-feira (3), foram criados 126 mil postos no período, o número mais baixo desde dezembro de 2013.

A expectativa dos economistas era que a geração somasse 248 mil postos no mês passado. A taxa de desemprego terminou o mês em 5,5%, estável.

Editoria de Arte/Folhapress

A baixa criação de vagas em março contribui para a percepção de que o crescimento da economia norte-americana desacelerou no primeiro trimestre deste ano, prejudicada pelo forte inverno que atingiu o país, reforçando a expectativa de que o banco central americano não vai subir juros tão cedo.

O mercado previa que a alta fosse anunciada em junho. Mas a divulgação de dados contrastantes e de uma desaceleração do ritmo de crescimento do PIB, para 2,2%, no quarto trimestre, levou os economistas a adiarem a previsão para setembro.

Além disso, o inverno rigoroso nos EUA, os problemas econômicos na Europa e no Japão e um dólar valorizado fizeram com que as estimativas para o crescimento da economia norte-americana entre janeiro e março fossem reduzidas –o mercado espera variação entre 0,9% e 1,4%.

A mudança na taxa de juros é acompanhada com atenção pelos investidores, porque uma alta aumenta o custo do crédito para os consumidores, empresas, e o próprio governo norte-americano.

Para os mercados emergentes (inclusive o Brasil), a tendência é que haja um êxodo de investimentos para os EUA, em busca do rendimento e da maior segurança da economia do país.

SETORES

O emprego nos EUA cresceu no mês passado nos setores de varejo, serviços profissionais e financeiros e saúde. Por outro lado, mineração, que inclui o subsetor petróleo e gás, fechou 11 mil vagas em março, prejudicado pela queda mundial nos preços do petróleo.

Apesar da diminuição no ritmo de geração de vagas no período, o salário médio teve alta de sete centavos, para US$ 24,786 por hora –em fevereiro, a alta havia sido de três centavos. Em 12 meses, a renda média avançou 2,1%.

Os dados divulgados nesta sexta também mostram que a criação de postos em janeiro e fevereiro foram menores que o estimado anteriormente.

No primeiro mês do ano, foram gerados 201 mil vagas, ante os 239 mil divulgados antes. Os dados de fevereiro também foram revisados, e mostram que a criação de vagas no mês foi de 264 mil, ante 295 mil previamente estimados.

Nicholas Kamm/AFP
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