Os principais bancos credores da Sete Brasil, maior parceira da Petrobras no pré-sal, deram 90 dias de trégua para que a empresa consiga os R$ 12 bilhões necessários para pagá-los.
Eles concordaram em não executar suas dívidas nesse período, dando um tempo extra para que a companhia tente reorganizar suas finanças.
Criada para fornecer as sondas que a Petrobras usaria na exploração do pré-sal, a Sete Brasil está sem dinheiro desde o fim de 2014.
Os empréstimos venceram no começo do ano e já foram rolados uma vez, contra a vontade dos bancos.
Tanto que a adesão ao acordo acertado nesta quinta (2) não foi total. Algumas instituições estrangeiras, como o Standard Chartered, ficaram fora. O banco britânico, que emprestou US$ 250 milhões à Sete, decidiu executar sua dívida e está tentando receber as garantias.
A trégua saiu porque teve apoio dos maiores credores, que são Bradesco, Banco do Brasil, Caixa, Itaú e Santander.
O grupo havia dado empréstimos de curto prazo à Sete porque tinha a garantia de que a empresa receberia um financiamento de longo prazo do BNDES –o que até agora não aconteceu.
ENCRENCA
A Sete Brasil hoje está num impasse, mas nasceu pensando grande. Tem como sócios a Petrobras, os bancos BTG Pactual, Bradesco e Santander e fundos de pensão ligados ao governo. O plano do governo era usar a empresa para dar impulso à indústria naval brasileira, por meio da encomenda de 28 navios sonda pela estatal de petróleo.
Agora, com o preço do petróleo em queda e a Petrobras enrolada num escândalo de corrupção, os sócios privados da Sete reclamam que ela foi abandonada à própria sorte.
A Petrobras já não sabe quantas sondas vai querer, o BNDES não quer liberar o financiamento, e os acionistas estão à procura de alguém que coloque dinheiro novo na companhia.